quarta-feira, 13 de abril de 2011

O gato da vizinha

Ontem fui tirar o lixo e levei o maior susto com o gato da vizinha trancado para fora. Primeiro: gato preto. Segundo: grande e mal encarado. Aqueles olhos amarelos fluorescentes estavam com um certo mistério para o meu lado. O que ele estaria tramando?

Rapidamente corri, deixei o lixo e voltei antes mesmo da luz do corredor se apagar. O gato não estava mais lá. Que estranho! Nenhum miado para anunciar a dona que nem estava dando falta.

Entrei em casa e levei um susto maior ainda. Qual a reação quando você vê uma barata no chão, uma lagartixa na parede, um sapo na privada? Bom, deve ter sido a mesma que tive ao ver o gato no meu sofá. Sai correndo e me tranquei no quarto.

O que farei com o bixano todo esticado, no maior aconchego com o edredon alaranjado? Pensar, pensar, pensar. Se o interfone estivesse mais perto eu gritava a vizinha. Hummm, mas deve ter uma maneira de chamar a atenção dela pela janela.
Peguei alguns cabides velhos, enrosquei um a um, formei uma enorme vara de uns 3 metros e comecei a cutucar na sala dela.

Passados uns 15 minutos escuto um escandaloso grito. - Chame a polícia. Tem alguém nos vigiando.
Ah não, pensei abismada, não chame a polícia. Se for chamar alguém que seja um bombeiro, eles estão acostumados a resgatar gatos em cima de árvores (como moro no terceiro andar, acho que a altura dá na mesma).

Para piorar um pouco resolvi olhar como estava o gato. E ele não estava mais lá. Havia pulado a sacada? Tinha virado churrasquinho no forno pré-aquecido pelos nuggets? Será que vou abrir a geladeira e ele vai estar lá em busca do peixe empanado do final de semana? E se ele pular em cima de mim? Também tem o direito de se assustar...

Já fiquei imaginando se minha saia de crochê ia combinar com o mix de arranhados nos meus braços quando nos surpreendessemos. O que mais um gato pode causar: toxoplasmose, sarna, alergia?

De repente escuto um ronrosnar. Eu sempre gostei de seguir patinhas, mas quando era para achar o ovo de páscoa no final. Salva pela campainha. Duas cabeças ajudariam mais do que uma a solucionar o caso. Ao abrir a porta, era a vizinha, e o gato saiu rapidamente como se farejasse o cheiro da dona. Ela, cheia de graça, apenas falou balbuciando: - Você estava aí danado? Ficou tão feliz que se esqueceu de agradecer por ter sido babá do seu baby. E como recompensa, saiu com o gato direto para um petshop.

Aliviada, comecei a reunir as bolas de pelo, e para não sobrar nenhum vestigio lá estava eu tirando o lixo novamente. E levei o maior susto com o gato da vizinha trancado para fora. Um gato negro, grande, olhos misteriosos, mas que definitivamente não ia caber no meu sofá.

- Você sabe da Cléo? ele perguntou. Ah não, de novo não.

Um comentário:

Vanessa disse...

AHAHAHAHA eu iria morrer... mas 3 metros de cabide foi demaisss!!!