A gente nem imagina, mas qualquer decisão que ajudamos o outro a tomar pode mudar completamente o rumo da sua vida (de várias vidas, para falar a verdade). Uma palavra que é dita sem pensar, pode causar efeitos drásticos e significativos (tanto para o bem, quanto para o mal).
Acabo de completar 7 anos de namoro (Sabe qual o parâmetro para saber se ainda é namoro? Vá para um bar, só vocês dois, e veja se vocês têm assunto por 4, 5, 6 horas seguidas. Se mesmo com tanto tempo de convivência o assunto rolar solto, vocês podem dizer que estão namorando). Bom, sentamos e conversamos sobre as decisões que foram determinantes em nossa vida para estarmos aqui hoje.
Como, por exemplo, quando eu vim da Alemanha para o casamento da minha irmã e decidimos que ele ia ficar para arranjar uma casa menor que pudéssemos pagar com o salário que estava recebendo dos empregos ilegais.
Ele ficou, penou para convencer o inquilino que brasileiro não é caloteiro e encontrou um apartamento em que dividíamos o quarto com uma japonesa cantora de ópera que não falava inglês. Assim, quando eu voltei, aquele encantamento pela cidade e os amigos que eu tinha feito não estavam mais ali, fazendo com que a saudade que eu sentia da família só aumentasse, chegando a tornar os próximos 3 meses tão insuportáveis que eu não era capaz de enxergar que como eu estava a ponto de ficar deprimida, ele não poderia estar vivendo os meses mais felizes da sua vida.
Então, quando eu voltei para o Brasil, o convenci que era melhor ele ir para Amsterdam. Que ali, ele teria um emprego melhor remunerado e que estaria cercado de brasileiros que eu conhecia para dar o suporte necessário. Não tinha a noção que ele já trabalhava em 3 lugares, fazendo café da manhã, almoço e janta, com uma cozinha só pra ele e uma autonomia que nenhum dinheiro paga.
Atendendo ao meu pedido, nem se despediu dos patrões, viajando para Amsterdam e dormindo em um sofá desajeitado enquanto ia de porta em porta oferecer seus serviços. Mais uma vez, por causa da minha insistente saudade, em 1 mês ele já estava de volta ao Brasil.
Ficou 1 ano para se recuperar da tristeza e por fim, retomou o fôlego começando uma faculdade. Só que desta vez, por culpa de um ciúme incontrolável não consegui conciliar a vida de recém-casada com a falta que ele me fazia em casa.
Na primeira oportunidade, que ele questionou se valia a pena ou não continuar a faculdade, por causa do alto valor e do que ela oferecia, eu fui a primeira a apoiar sua decisão de parar. Enquanto em outros momentos, eu nunca diria para uma pessoa trancar qualquer estudo. Mais uma vez, meu egoísmo falou mais alto (mesmo que inconscientemente).
Aí lembrei de quando mudei de cidade para fazer a especialização. Como ele morria de ciúmes dos meus novos amigos que ele não conhecia. Mas que em nenhum momento, ele me pediu para voltar, para largar o curso, para mudar o destino da minha vida só porque ele gostaria de me ter novamente ao lado dele.
Concluindo, boas pessoas podem ter sempre boas intenções, mas nem sempre as boas intenções fazem que o outro tenha uma vida boa ou a vida que sempre sonhou.
Pense muito bem antes de dizer o que pensa, mesmo que este pensamento seja legitimo no seu coração.
Um comentário:
Aprendi mais um conceito de namoro hoje com você, Elenzita: faz 25 anos que eu e o Re namoramos pois temos assunto sempre que saímos apenas os dois, adoramos viajar sozinhos e ainda brigamos como namorados, hehehe....gostei disso...bjsssssssss.
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