terça-feira, 28 de setembro de 2010

Apontar, Fogo.

Sempre fui bem quietinha, mas me acostumei a surpreender as pessoas pagando uma de liberal. Coisas como: - pode sair com seus amigos; não precisa ligar; não tem hora pra voltar, viu?; enche a cara com seus amigos; divirta-se... sempre foram bem comuns no meu cotidiano. Não que eu não seja uma boa companhia. Apesar de eu pensar que já passei da idade para algumas baladas, encaro qualquer convite, desde que minha presença seja fundamental. Senão, fico com a minha caminha quentinha mesmo. Por quê não? Também costumo dizer: - vem aqui ver que mulher linda na TV; você viu quem é a capa da última playboy?; deixa essa casa como está, não precisa ficar limpando toda hora. Acho que deu pra entender.
Bom, essa era eu. Como moro na rua Frei Caneca, vira e mexe vejo homem com homem, mulher com mulher, na maior naturalidade possível. Nunca fui hipócrita diante das escolhas sexuais de cada um. Principalmente porque o que eles fazem no quarto (sala, cozinha, banheiro) não me diz respeito. Mas não mexe com família que eu fico puta. Pra mim é inadmissível, por exemplo, primo ficar com primo. Acho que a carência é apenas uma desculpa para falta de opção.
Está comprovado que acabamos nos interessando por quem convive com a gente, quem está ao nosso lado, no dia a dia. Aí você não sai de casa (ou porque sua mãe não deixa, ou porque você acha bem mais difícil conhecer alguém em um barzinho). Entendo os motivos. Só não posso entender você, primo de uma menina, que está por dentro de todas as verdades e confusões da família, se aproveitar da proximidade para ficar com ela, e pior ainda, depois dela pegar geral a filha do Tio Adolfo, a filha do Tio Eduardo, as 3 filhas do Tio Renato. Enfim, me dá ânsia de vômito, fora a vontade incontrolável de espancar o seu fucinho.
Mas o que justifica essa revolta tão grande no meu ser? Todas as primas saberem que isso acontece e só aumentarem a listinha do canalha. Meninas, de vinte anos, que não se dão respeito e não tem a mínima noção de limite. De quando estas “ brincadeiras” passam a ser prejudiciais para elas mesmas, não só pra quem assiste de fora, como eu.
Caiu por terra, a mulher liberal que achei que fosse, dando lugar a uma mulher que não está sendo capaz de engolir a seco tanta libertinagem. Não tive tempo, nem oportunidade, de conhecer tudo da vida. Mas só sei que colocar filho no mundo nestas condições é escolher entre estupro consentido ou fechar os olhos para uma imundice nervosa.
Hoje, eu gosto menos das pessoas.

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