quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Pegada

Nos dias de hoje até nerds tem ibope. Não é difícil encontrar quem se atreva a dizer: eles tem seu charme, ou mesmo: como são espirituosos. Tudo porque programas como Big Bang Theory ou Nerds X Belas nos fizeram pensar no assunto. Me lembro de quando eu era adolescente ter vários amigos assim, com um detalhe eles não tinham outros amigos a não ser eu. Exclusividade, quem não queria um desses sempre ao lado? No meu caso eles estavam comigo desde a hora de pegar o ônibus para ir ao colégio até quando eu precisa de uma companhia (quase muda) para assistir a um filme cult francês. Mas nunca, nunca mesmo, pensei: se rolar um beijinho eu topo, tenho que fazer minha parte neste mundo tão injusto com bocas virgens.
Eu já penso diferente. Tá certo que não sobrou muitas opções no mercado, mas as mulheres andam reclamando de boca bem cheia. Os fortões da academia estão bem, bem gays. Basta sair na minha rua, a qualquer hora do dia, para tirar a prova. Os grosseiros estão com aquele papo de político: Bato mas faço. Sou escroto mas compareço. Os delicados estão cultos demais e tem uma extrema necessidade de falar bem mais do que ouvir (que mulher suporta alguém que não lhes dá atenção, mas que repara horrores se ela passou um esmalte azul anil da risqué). Só tenho uma coisa a declarar, o ultrapassado está moderninho demais pro meu gosto.
As mulheres não podem perder o que conquistaram. Elas tem direito de escolher, dominar a situação, saber quando recuar ou atacar, fogo. Gostar de barba ou bebê. Preferir os que arrotam a cada gol no lugar dos que carregam as compras no shopping. Os que passam meses imaginando como seria aos amantes de qualquer esquina.
Eu prefiro o meu marido. Ele tem pegada.

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