Quando éramos bons

A nossa inocência termina quando deixamos de acreditar no Papai Noel, e volta quando passamos a acreditar nos homens. Os livros que as nossas mães liam para gente dormir não passavam de soníferos à moda antiga, não reproduziam em massa: sapatinhos de cristais, maçãs envenenadas, príncipes dispostos a lhe tirar da torre. Como crianças, nos conformávamos muito fácil com o “felizes para sempre.”

Os dias passaram. Pisca, pisca estrelinha deixou de ser uma canção com algum sentido neste céu nada azul. A curiosidade aumentou. Todo mundo resolveu escreveu sua auto biografia. Todo mundo passou a se achar interessante demais. Livros foram esquecidos em uma estante empoeirada. Deixamos de ler.

Ignoramos os livros, a sabedoria e as leis que nos foram impostas pelos deputados palhaços e presidentes analfabetos. E ficamos perdidos ao exigir nossos direitos, como se fosse errado buscar a verdade acima de tudo.

LAMENTÁVELMENTE, hoje em dia temos que provar a nossa inocência para um sistema que só pensa em tirar proveito, a base de muita desconfiança, corrupção e maldade. Qualquer um googla seu nome, descobre todo o seu histórico, rouba a sua identidade, entra na sua conta, pega o seu dinheiro, sem nem mesmo sair de casa.
Somos facilmente passados para trás. Inocentes, acreditamos que se nada devemos, não precisamos temer. Que aquele que coloca a cabeça no travesseiro e dorme tranqüilo, pode confiar na honestidade do outro.

Bem, eu não passaria imune a um detector de mentiras. Algumas, há muito tempo, viraram realidade pra mim. Hoje sou cúmplice daquele que nunca mentiu. Daquele que não acredita nos homens, mas na força da verdade.

Me sinto de mãos atadas, lê-se: boca calada, porque eu faria de tudo para que esta história acabasse hoje, mas como não depende de mim, fico aqui na vibração positiva.

Moral da história: leia mais, minta menos e pare de lotar as salas de filmes americanos.