sexta-feira, 29 de abril de 2011

Bodas de Papel

Hoje meu chefe perguntou: - 1 ano é bodas de que?
Confesso que nunca tinha pensado nisso...

Papel para muita gente é algo que facilmente pode se rasgar.
Papel para muita gente, se molhar, derrete.
Para muita gente, papel é sinônimo de fragilidade. É preciso ter cuidado para não amassar.

Mas para uma redatora, como eu, papel não é nada disso.
Papel é leve, fácil de levar para onde eu for.
É nele que eu escrevo meus maiores sonhos e vejo-os ganhando vida.
Nele, planejo o meu dia a dia. O que vou fazer desde a hora de acordar ao momento de me deitar.

Às vezes me surpreendo com coisas que saem do papel, melhores que o esperado.
E desenho, entrelinhas, o que gostaria que acontecesse para botar todos os planos de pernas para o ar, subverter, impressionar.
Faço rascunhos, bolinhas, mas sei que nada é de se jogar fora.

Pode ser intenso como um romance. Ser triste como um monólogo. Irônico como um stand-up. E pode até virar um filme de 30 segundos.
Para mim, pode ser tudo junto, misturado, sem nomes. Mas no final é sempre meu bem mais precioso.
O que eu salvaria se houvesse um incêndio na minha casa.
O meu caderno. Com minha letra. E todas as incontáveis falhas e folhas de papel.

Meu amor é um caderno com muitas folhas em branco para preencher. Com capa fofa de coraçãozinho. Com poemas de J.G de Araújo. E algumas fotos ilustrando cada capítulo. Até troco a cor da caneta, grifo os melhores momentos, mas não uso lápis. Não vou querer apagar.

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