quinta-feira, 2 de junho de 2011

Que a dor passe, o amor nunca.

Percebi que não tinha lugar para nós dois. A sorte é que não era tarde demais, pensei.

Quando o ciúme chegou fui logo dando-lhe uma voadeira e deixando bem longe de atingir meu peito. Ele não iria me ferir. Nem a mim, nem ao meu bem. Era infantil, sem sentido. Eu nunca senti isto antes e por isso mesmo esta arma destruidora não me pertencia. Tratei de exorcisar os medos com uma gastrite maldosa, mas não fui cobrar, não apontei, não deixei ninguém saber (muito menos ele) deste surto momentâneo, sem propósito.

Aí a insegurança tomou seu lugar. Bastou o ciúmes curvar a esquina. Veio cheia de si me dizer: - Como vai ser 50 dias sem ele? Como vai se virar? Pagar as contas? Respirar? E se ele se acostuma e esses dias viram por toda a vida? Como posso apoiar e ao mesmo tempo deixar claro que estarei morrendo lentamente de saudades?

Depois chegou a possessividade se achando a rainha do pedaço. -Tenho o reconhecimento de tudo que sempre fiz pra ele? -Ele dá o valor que mereço? Está me amando cada dia mais?

É hora de traçar um plano. Como ser feliz nos momentos em que ele não pode estar comigo? Como não cobrar, fazendo-o carregar todo o peso desta responsabilidade que nunca foi dele? Como ajudá-lo nas tarefas de casa sem que ele precise me pedir? O que ele espera de mim? Como posso ajudá-lo e me ajudar? Ou simplesmente paro de pensar nisso e sou quem eu sempre fui, com a mesma dedicação, a mesma paixão, o mesmo olhar para crescermos juntos (sem pressão)?

Aos poucos, mesmo dando lugar agora para a ansiedade cortante, vamos conseguir.

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