segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Cola em mim que é sucesso




















Confesso que ao receber o convite pensei um pouquinho antes de aceitar. Quem é casada sabe como é difícil deixar o marido e se divertir enquanto ele fica morgando em casa. Tinha muitos mais pontos negativos do que positivos: - e se elas quiserem sair todas as noites e eu não aguentar o pique? - e se a viagem for muito longe, cheia de pedágios e ficar muito caro já que estamos no último dia do mês e ainda não recebi? - e se lá não pegar o celular e eu ficar incomunicável? - e se chover na serra a noite enquanto 3 meninas inofensivas tentam dirigir sem enchergar uma curva na frente do nariz? no meio de muitos "ses" fiz minha mala (pouco a pouco) me esquecendo de vários itens indispensáveis como escova de dentes e protetor solar. Acho que já deu pra sacar do que estou falando, né? Fomos a la playa, oh, oh, oh, oh, oh.

O combinado era se encontrar depois do serviço na casa da Carla. Como eu trabalho por perto resolvi fazer uma caminhadinha até lá. Ao chegar, fui recebida pela vó, o irmão e o cachorro. Todos muito atenciosos, muito queridos. Como o Joaquim tinha acabado de voltar do petshop a conversa principal eram os bichinhos de estimação. Fui buscar em uma memória bemmmm longe informações sobre pelos, linhagem, tamanhos, esperteza que minha irmã costumava dizer e fiquei impressionada com minha desenvoltura da hora de fingir um amor incondicional pelos adoráveis 4 patas. Tudo porque eu realmente queria agradar.

Depois de 2 horas eu já podia ser a velha, chata, rabugenta, mas foi quando começou a viagem e era impossível não descontrair com a animação das meninas. - Que "marca" é seu cachorro? perguntou a Tatá. - Shiatsu? completou. A gente não sabia mais se estava falando da raça ou do método de terapia japonês. Mas isso era só o começo e a garantia de altas risadas.

Fiquei impressionada como a Carla dirige bem. Juro. Desculpem a sinceridade camuflada de machismo, mas quem via de fora o Potente voando baixo achava que era um homem tamanha a segurança e confiança que ela passava a 120km/h. Para descontrair a Carla dizia: eu conheço cada curva dessa estrada. E eu respondia: Com emoção ou sem emoção? E a Tatá completou: Com emoção e com cinto de segurança. Pelo menos, se você morrer não vão te julgar "tá vendo, ela tava sem cinto".

Um pit stop pro xixi e porque não aguentavam mais eu reclamar de fome. A fila de 1 hora comprovou que o Frango Assado tem a melhor coxinha da estrada. No meio da confusão esqueceram de cobrar o Alfajor, e como Bonnie e Claide saímos ilesos mas com o sentimento que a aventura estava apenas começando.

Chegando a cobertura Werneck em frente a praia ficamos maravilhadas com a quantidade de latinhas de cerveja na geladeira. Eu só tinha olhos para os frios, biscoitos, castanhas de caju, doces de compota, chocolates.... era uma infinidade de coisas VENCIDAS. Isso mesmo, a decepção de ver tudo vencido bem na sua frente é fatal. E depois de procurar por algum baralho e não ter sucesso na busca nos contentamos em ligar a TV e ficar cantando com a Shakira direto do Rock in Rio. Lógico que tive que escutar que tem ângulo que ela é feia, que ela estava com uma dobrinha na barriga, mas relevei para não atrapalhar a amizade, hehehe.

Fomos dormir 3h30 da madrugada e às 9h (como boa chefe de excursão que sou) pulei na beliche da Tatá para acordá-la e a convenci de que estava fazendo uma boa ação deixando que ela pulasse na cama da Carla. Fazia quase 1 ano que eu não tomava sol, certamente elas compreenderiam minha ansiedade de criança.

Foi tudo lindo. Como a areia não estava escaldante mas a água estava trincando de gelo fomos dar uma andada para reconhecimento da área com direito a comprinhas de chapéus peruex e experimentação de biquines ali mesmo. Ao voltar, nos limitamos a comentar sobre os casais mega estranhos que passavam de um lado pro outro desfilando as bundas caidas e as sungas mal acabadas. Depois de 6 horas jiboiando onde o único movimento era movimentar os pés para frente e pra trás aproveitando uma esfoliação gratuita decidimos no 2 a 1 que o peixe porquinho era mais suculento que a lula a dorê. Só não imaginávamos que a Carla ia se engasgar com um espinho monstro e de tão lady que é, ter que ir até o mar para retirá-lo depois de quase 15 minutos sufocada.

Em casa, a grande ideia foi fazer um patê de atum (vencido), subir para a cobertura e relembrar as músicas da xuxa com gritinhos frenéticos (uma das vantagens de frequentar a casa de praia fora da temporada). Depois dali era só tomar um banho e ir conhecer o centrinho.

Depois de um soninho da Tatá fomos em um restaurante matar a fomesa. Enfim, a lula a dorê mais sequinha do universo. Justo, justíssimo. Rimos muito, relembramos a época da facul, confessamos os pecados... e dessa vez, voltamos para casa mais cedo.

O domingo amanheceu nublado. Eu não queria que fosse verdade, mas a cidade leva a fama que tem. Mesmo assim, fomos a praia nos despedir de Iemanjá. Tava um frio, um vento, tivemos que colocar a canga nas costas. A única hora que deu uma esquentadinha foi quando 4 surfistas apareceram e 1 deles ficou em terra firme tocando violão. As meninas me ofereceram um sorvete (vencido) se eu fosse até lá falar com ele. Eu fui. Mas parei em uma banquinha de bugigangas antes. Quando virei pra trás, podia ver o rosto tenso delas, corado, respirando mais aliviado. Brinkssss. Voltei dizendo que ele toca natiruts e como não sei nenhuma música não ia ter assunto.

514 quilômetros depois, agradeço pela viagem maravilhosa. Não podia ser diferente. As meninas e seus ferormônios por onde passam arrastam multidões.

Ah, e não podia esquecer que 2 piolhos estavam em um baile funk.
Quando um fala para o outro: - corre, corre, corre.
E o outro responde: - por quê?
Olha o pente, olha o pente, olha o pente.

















Um comentário:

Matheus Pitillo disse...

Bikine novo? hahaha. gostei das fotos e do texto. Beijão!