terça-feira, 22 de novembro de 2011

Não é história de pescador

Ele se cansou de brincar com o amor para se sentir desejado. Renunciou as 6 amantes, vendeu o carro com o som poçante e o motor potente, subverteu a dor da esposa que "crê em Deus, nosso senhor Jesus Cristo" aos domingos e passou a viajar quase todas as semanas.

Arranjou uma maneira de sempre deixá-la com saudades e fazer as saudades dela deixá-lo com mais tesão. Tornou a vida mais simples, menos dramática...não esperando envelhecer para começar a aproveitá-la.

Pode parecer loucura mas quando ele vai pescar, volta com muitos peixes. Agora seu esporte é pescar e soltar. Antes, seduzia o peixão, devorava e jogava fora a carcaça.

A quem diga que agora ele está óbvio demais, se tornou menos interessante. Para mim, ele se tornou homem. Um homem feito que sabe o que quer e continua cheio de paixão.
Mesmo que seja por um rio claro de águas calmas que dá banho em qualquer outro momento feliz que ele já viveu. Paixão por um rio que renova as energias, dá permissão para parar, olhar ao redor e contemplar a beleza de ser ali, naquele momento, apenas um pescador.

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