sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O começo de uma nova vida - Episódio 5 - Primeira temporada

Estava em Salvador, aproveitando as férias dos meus pais, quando a Tia Carla me liga.
- Querida, chame sua mãe, a médica quer falar com ela.
Entreguei o telefone para minha mãe e apreensiva nem quis esperar no quarto. Já sabia que algo de ruim iria atrapalhar meus planos.

A pneumologista havia analisado meu último exame e eu estava com uma apneia moderada. Para quem não sabe apneia é a perda de ar enquanto estamos dormindo. Como não temos conciência em sono profundo é muito perigoso passar por uma cirurgia que envolva anestesia geral e não ter forças suficientes para sobreviver (eu e meu melodrama).

Por isso, ela sugeriu que eu voltasse imediatamente para Goiânia, dormisse novamente no hospital e fizesse um exame para saber qual a pressão que precisaria ter no meu aparelho de CPAP para eu deixar de roncar a noite e recuperar o ar com mais rapidez quando me faltasse.

Voltei, e quando peguei o exame em mãos, achei que tinha errado nas contas. Os números não me pareciam tão moderados assim. 18 apneias por hora, significava uma média de 1 a cada 3 minutos, sendo 25 segundos sem ar até que eu recuperasse e voltasse a dormir.
Isso quer dizer que em 6 horinhas de sono eu perdia o ar 138 vezes e quando acordava ainda estava cansada porque meu cérebro deixava de oxigenar.

Bem impressionante para quem, que antes de fazer qualquer exame, nem imaginava que podia ter qualquer doença, e agora já estava quase uma inválida, sem direito de descansar nem durante o sono.

Voltei pro trabalho. Não queria mais perder o resto de saúde que eu tinha no hospital. E remarquei para o dia 6 de março. Isso se outro impencilho não cruzar meu caminho.



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