quinta-feira, 1 de março de 2012

Um beijo pra minha mãe, pro meu pai e pra você.

Quando eu era pequena minha tia me ofereceu uma TV em troca de eu aprender a falar mais baixo. Eu nunca me perguntei quão insuportável os decibéis da minha voz deveriam ser, mas me lembro que ela cumpriu a promessa e me deu a coisa que eu mais gostava na vida. Acredito que, para os meninos, foi algo como ganhar um video game de última geração com controles extras para os coleguinhas.

Hoje em dia tenho conciência que a TV é muito mais destrutiva dos nossos valores do que construtiva do ser humano que iremos nos tornar, mas para uma criança, e principalmente para a mãe da criança, é o retorno imediato da paz no lar. Deixar a criança ali, entretida com os programas "educativos", poupa o que resta da energia dos pais. Então, como podemos julgar? E como impedi-los de criar ídolos? Já que gostar tanto de alguém deveria ser considerado benefício.

Ontem vi uma amiga de 22 anos chorar porque teve oportunidade de tirar uma foto com o seu ídolo e não conseguiu chegar até ele. Há 6 anos ela assistiu um filme romântico com danças e canções de amor e ficou encantada com a voz daquele garoto gerando tanta identificação com o que ele pensa e fala que ela imaginou se não poderiam ser um dia melhores amigos. Por ele, não atravessou oceanos, não ficou plantada na frente de um hotel, muito menos se escondeu debaixo da cama. Por ele, não escreveu uma carta com milhares de eu te amo, não fez greve de fome até que ele a notasse, não pulou de uma ponte com um cartaz. Ela apenas guardou, em um lugar reservado para as boas lembranças, a sensação de alegria que ele um dia lhe trouxe.

Por saber como ela se sentia, por respeitar aquela lágrima, comecei a pensar na única ídola que tive (e tenho) nesses 30 anos e acabei sonhando com ela. Adoro sonhar. Acredito que é um momento que encontro as pessoas que tanto tenho saudades e posso abraçá-las. Esta noite eu estive com a XUXA e pude dizer a ela o quanto ela foi importante para formar a pessoa que sou hoje. Não contava que ela pudesse entender, já que durante anos conheci poucas pessoas que não a idolatravam. E embora ela já estivesse acostumada com tanto amor, para mim, importava o amor que eu estava sentindo naquele momento e que veio à tona em lágrimas.

Será que hoje eu tento ser loira porque acredito que só assim poderei ser aceita na seleção das paquitas?
Será que hoje eu vivo em um mundo cor de rosa porque acreditei que até o bem vence o mal e todas as pessoas merecem nosso respeito?
Será que no fundo meu sonho é ser cantora porque acredito que tudo que tiver que ser, será e não podemos desistir de lutar pelos nossos sonhos?

Não vejo que mal a influência de um ídolo pode ter me causado, já que mesmo quando eu soube que ela atuou em um filme adulto não consegui julgar e sim considerá-la humana, mais próxima de mim e mais digna do meu amor porque os bons exemplos que aprendi com ela superaram os maus.

Não posso dimensionar como seria se um dia pudesse abraçá-la de verdade, seria talvez o momento mais arco-iris da minha vida. Mas sabê-la feliz já me basta, pois ela me deu felicidade (sem pedir nada em troca) por muitos e muitos anos.

2 comentários:

Ludmila disse...

fazendo um limpa na minha caixa de e-mails , vi o e-mail que você me mandou quando saí da Netmídia e você saía também..Nós duas iríamos alçar novos vôos...rsrsrs....
Vim aqui no seu blog que leio de vez em sempre e nunca comento te contar isso...Tem pessoas que mesmo não sendo tão próximas, nos ajudam a tornar um ser humano melhor...Você, com seus textos, sua risada que não esqueço,aquela turma boa e companhia me tornaram uma pessoa melhor...Tenho muita saudade de você!Beijos

Ellen Pitillo disse...

Ohhh Lud,
Muito obrigada, de coração.
Que bom que você comentou. Nem podia imaginar que estava sempre por perto.
Com certeza, a gente voou para longe, né? Sinto saudades, muitassssss.
Beijão amiga.