sexta-feira, 15 de junho de 2012

Siga La Vaca (atolada)

Convidei meio mundo, mas sabia bem quem iria e quem não podia faltar. Fomos eu, o nego, a Tatá, a Fer, o Fernandinho e a Beth. Chegamos às 20h, e pela política do lugar ou você escolhe ficar na parte de bar e restaurante ou já sobe para o Karaokê. Insisti com o segurança enojado de deixar que eu fosse, sozinha, dar uma espiada no ambiente. Subi e fiquei em choque quando entrei na salinha reservada. O som estava a milhões de decibéis acima do permitido para saúde dos tímpanos, e a quantidade de gente feia-horrorosa-medonha para o minúsculo metro quadrado era assustador.

Desci com a mesma rapidez que subi e sem demonstrar muito nervosismo convidei meus amigos pra comermos alguma coisa antes de entrar no Karaokê. Ficamos um pouco no bar, conversando e esperando ver se o score de convidados aumentava (sonho meu).
Pedimos espetinhos, porção de polenta, heineken, limonada suiça e caipirinha. E depois de eu quase pegar no sono com o som sertanejo que fazia trilha de fundo, minha amiga declarou: - É seu aniversário Ellen, vamos subir. Seja o que Deus quiser. Só que ela não previa o que Deus havia lhe reservado para aquela noite.
O choque inicial foi ainda maior. Era interessante ver que todo mundo que entrava por aquela porta não conseguia deixar de contorcer o rosto e colocar as mãos no ouvido. Que gritaria sem fim. Que pessoal desafinado e desclassificado. Só depois de uma meia hora conseguimos nos adaptar ao lugar.
Eu logo estava levantando a mão e acompanhando os pagadores de mico oficial que cantavam desde Michel Teló a Claudinho e Bochecha. Lembrando que sempre davam um jeito de enfiar eu quero tchun, eu quero tcha, seja qual letra fosse.


Depois de uma rodada, 1 música para cada mesa, chegou a minha vez de cantar Ivete. Escolhi essa música para dar uma aliviada na pressão e ver se acalmavam um pouco os ânimos da geral. "A lua que eu te dei" fez o pessoal parar tudo e olhar para mim. Dava para ver os balõezinhos de pensamento de meninas imaginando aquele namorado safado com outra e até ouvir os suspiros de quem estava de casalzinho na noite.
No segundo que deixei a caneta na mesa, a menina ao lado me pediu emprestada. Agora prestem atenção ao diálogo que ocorreu quando ela foi me devolver.

A amiga: - Hoje é meu aniversário.
Eu: - O meu foi esses dias também.
A amiga: - Parabéns pra nós.
Eu: - Obrigada.
A amiga: - Você tem facebook?
Eu: - Não.
A amiga: - Então deixa eu anotar meu email pra você.
Eu: - Para que? Para eu dizer, aqui é a menina que te emprestou a caneta?
As próximas músicas foram escolhidas baseadas em "se não pode vencê-los, junte-se a eles". Cantei com a Taís - 60 dias apaixonados - e com a Fernanda - Maria Chiquinha. Tentei um má sucedida versão de - Apenas mais uma de amor, do Lulu Santos - mas como o tom estava muito baixo para a minha voz, a Taís tentou me salvar e não conseguiu, aí veio o nego espontaneamente, ou seja, sem a menor obrigação, fazer um dueto que me emocionou muito. De repente tudo ficou lindo, florido, cheiroso. Oimmm.

A amiga: - Vamos tirar uma foto com minha turma e sua turma juntas?
Eu: - Tudo bem.
A amiga: - É porque agora nós somos amigas.
A amiga: - Vou colocar essa foto no face e dizer que todos vocês lindos vieram no meu aniversário.
Eu: - Tá.
Fiz tudo muito levantar dos seus lugares para tirar essa foto pra ela.
Meu presente de aniversário para ela.



A partir de então era assim. Ela ia cantar Kelly Key e me chamava. Ela ia cantar Kid Abelha e lá estava eu de novo. Só que eu nunca conseguia entrar no tom dela, então resolvi ser humilde e pedir milhões de desculpas por ter estragado a vez dela.

A amiga: - Não tem problema, hoje é seu aniversário.
O presente de aniversário dela para mim.

Fiquei chocada quando a amiga dela de 19 aninhos chegou na Taís perguntando se a Fer era hétero porque a amiga estava interessada nela. Daí com fui entender o porquê da amizade instantânea. Fui usada.
Por fim, o nego serviu a sobremesa de chocolate com a velinha explosiva que o Fernandinho levou. Uma verdadeira festa. Mas o melhor de tudo foi o fato dos meus amigos terem passado por essa verdadeira tortura só por consideração a mim (o que a gente não faz pelos amigos).

Saímos a 1h da manhã. Não deu para esperar outra rodada de Olhos nos Olhos, da Maria Bethânia. Afinal, a menina de 19 aninhos tinha acabado de vomitar todo risoto nas calças, no chão e desmaiado na mesa, enquanto a amiga, em cima do palco, arrasando na Tieta do Agreste.
Da próxima vez, prometo que levo vocês na Chopperia Liberdade. Ou não. Vão economizar 15 reais por pessoa, ao invés de 2 por música.


3 comentários:

karoline disse...

kkkkkkkk
Amei!

*** Tata *** disse...

foi de mais!!! sucesso total!!!

Cesar disse...

Hahaha amigo é pra essas coisas mesmo Ellen. Queria ter ido também. Um beijo!