Ontem consegui ir ao cinema depois de uns 8 meses. O filme PARA SEMPRE, do mesmo diretor de Diário de uma Paixão, foi muito esperado por todas as mocinhas que não perdem a oportunidade de se debulhar em lágrimas.
Conheci Diário de uma Paixão há 7 anos. No começo do namoro assisti umas 5 vezes por ser o filme preferido dele. "Diga com quem andas que eu lhe direi quem és", sabe como é? Acho que quando você elege um filme preferido podemos conhecer muito da pessoa assistindo ele. Neste caso, fiz questão até de decorar as falas.
Depois de tantos anos, Rachel McAdams envelheceu um pouco (ou talvez seja a equipe de maquiagem e cabelo que deixaram a desejar), mas a presença de Channing Tatum acrescentou muito a beleza e simpatia do filme.
Conta a história que um casal super apaixonado, até pensando em ter um filho, sofre um acidente de carro e a mulher perde a memória recente (dos últimos 5 anos) esquecendo siquer que tem um marido e voltando ao tempo de que morava com os pais e tinha uma vida completamente diferente.
O marido, super dedicado, faz de tudo para respeitar o tempo dela, mas fazê-la recordar pelo menos dos melhores momentos. Ele acredita que a vida é feita desses flashes que podem mudar todo roteiro da vida. Mas ele também mostra muito bem quando é hora de insistirmos ou desistirmos.
O que lembramos assistindo a filme é que é impossível reconstruir o passado. Voltar tudo como era antes. Os dias começam a não ter o menor sentido quando ao invéz de pensar para frente, construir o hoje, nos sentimos impotentes por não conseguirmos construir a máquina do tempo e voltarmos exatamente naquele momento em que ele se apaixonou por você, ou quando você era nova, magra, bonita, ou em um almoço de domingo em que toda a sua família se reunia (inclusive seus avós) para contar como foi a semana e devorar sem culpa aquele nhoque a bolonhesa.
Cada dia que passa, ficamos mais lamentosos da vida e passamos por ela sem notar esses momentos tão especiais, tão nossos.
Agora feche os olhos e pense nos primeiros 4 momentos que mudaram o rumo da sua vida ou simplesmente trouxeram um novo sabor, um novo cheiro, um novo sentido.
Lembro de quando dançamos pela primeira vez, nossos corpos se encontraram em um forró animado que fatalmente se transformaria no primeiro beijo. Lembro do sangue percorrendo minhas pernas, minha barriga, meu estômago, meu peito, até explodir.
A próxima memória é ele sendo empurrado pela mãe, quando precisava descer o altar para me buscar dos braços do meu pai no dia do casamento. Sem olhos cheios de lágrimas e muita emoção. E ele dizendo: Com certeza, quando o padre perguntou se ele aceitava casar comigo.
Lembro também de deixá-lo sozinho, no aeroporto da Alemanha, quando eu embarcava para o Brasil, e ele chorava com tanta dor, parecendo tão abandonado, tão indefeso e nossas mãos iam se afastando até eu não enxergá-lo mais.
Aí lembro de semana passada, ele indo me salvar no Karaokê, porque eu estava cantando uma música muito abaixo do meu tom. Ele veio sem eu pedir e cantou olhando para mim, com a maior ternura do mundo.
Eu devo estar uma insensível, ou esperava demais do filme, que não chorei. Mas indico. Tem gente do meu lado que se emocionou. Não é, Tatá?
Um comentário:
eu amei!!!!
e esse seu texto foi realmente tudo... a gente passa tanto tempo querendo refazer o passado, que nem percebe que e mais facil ser feliz construindo um futuro!!
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