sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Sem glitter ou borboletas

Carnaval é um feriado que nos dá a aparente permissividade de vestir a fantasia e partir para a roda.
Já deveríamos desconfiar destes 5 dias.
Nada que é dado vem completamente de graça. E isso aprendi cedo.

Nunca fui de montar bloco, pintar o rosto, puxar trenzinho e dançar marchinha.
Normalmente me fantasio os outros 360 dias do ano e no dia da festa rasgo o disfarce me pondo a chorar como a colombina.

Já tive oportunidade de cantar em um trio elétrico e perdi a voz ainda na primeira música.
Já tive namoro de 5 anos que terminou na quarta de cinzas.
Este ano vi de perto os carros alegóricos, mas não sambei conforme a música.
Nunca beijei na boca, bebi até cair ou cheirei lança-perfume.

E chega outro Carnaval.
Passo as noites acompanhando a alegria dos outros pela televisão.
A minha vida passa enquanto meus olhos se perdem em qualquer ponto.

Continuo sozinha.
Mudo mais uma vez a cor dos cabelos. Mudo de endereço, de quarto e de identidade.
Chega de farra. Finalmente o ano pode realmente começar.

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