sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Coração em abril

Tem uma coisa que se vela enquanto nós nos revelamos.
Tem alguma coisa de meu naquela porta entreaberta.
Abrindo, interagindo, adorando, pedindo, desejando, sorrindo.
Me tem. Toda, completa e entregue. A mais sincera que já fui ou poderia ter sido.
Ele tem toda a razão quando diz: você não me conhece.
E fico sinceramente grata quando me surpreendo, outra, e mais uma vez.
De repente ele estava ali. Das minhas manhãs de segunda as sextas de tardezinha.
E nada parecia diferente até quando rimas antigas de um poeta sem década invadiram minha tela me transportando para qualquer coisa que eu me permitisse ser e que nem ouso a entender, mas parece que ele pode sempre compreender muito bem.
Não é como aquelas paixões arrebatadoras de folhas de outono. Não é, ainda.
Mas é algo que chegou de mansinho e em pouquíssimo tempo, ai, ai, que calor no peito.
Corações de abril, despetalado em flores.

Nenhum comentário: