quinta-feira, 3 de abril de 2008

Pode não ser só mais um abril

Um dia me aventurei pela selva em busca de um leão. Mirava um deles, quando fui surpreendida por um dócil carneiro. Ele me convenceu a não usar toda minha munição para caça. Que eu era muito inteligente e poderia usar esses atributos no que realmente valesse a pena.
A princípio não entendi como, sem gastar nenhuma bala, agora eu tinha um carneirinho acompanhando minha jornada e como ele se transformava em um lobo e uivava quando preciso para me proteger.
Tudo que eu precisava era tratá-lo com o mesmo amor e dedicação o qual ele me concedia, sem pedir nada em troca.
Certa tarde, quase anoitecendo, meu carneirinho resolveu dar um passeio pelos arredores da selva (lugar em que já vivera). Uma águia esperava de prontidão para um ataque surpresa. Não foi muito complicado quando ela percebeu que ele não estava nos seus melhores dias. Uma energia muito baixa planava. A águia muito esperta, fez uma magia para que todas as gotas de orvalho das árvores e folhas se transformassem em um espelho. Agora, sua imagem destorcida refletia algo que ele tinha esquecido pelo caminho. E que ele não tinha a menor idéia do que fazer pra recuperar o que perdeu. O que ele não sabia é que pra ganhar precisava perder. E que certamente já tinha ganho mais do que perdido.
Certamente havia perdido a esperança, alguns sonhos e o caminho de volta pra casa. Há quem diga que ele perdeu a oportunidade de saber quem ele realmente era e a verdade das pessoas que o cercavam. Mas naquele momento nada mais importava. Ele precisava começar a pensar nas suas próprias vontades e começar a satisfazê-las. Mas como sairia dali?
É quando eu entro na história. Era minha vez de segurar na sua mão e chamá-lo a razão. Mas preferi chegar o mais próximo, olhar nos seus olhos e dar a ele meu coração. A razão, agora, já não tinha pressa. Era tempo de recomeçarmos. Mais uma vez.

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