sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Vôo perdido para London

Estou tão cansada emocionalmente que supostamente eu precise acabar está história na cama enquanto meu correspondente de Hamburgo: Alexandre Salinas digita pra mim.
Só a derrota, mas decidi escrever hoje porque acabei de receber um email da minha mãe que dizia que se perdi o vôo para Londres algum motivo tem e que talvez não saberei compreender por esses próximos dias mas quem sabe um dia eu encontre a razão. Mas o ponto que mais me emocionou no email foi a maneira que ela tem de consolar, como mãe e como me encheu o coração ao escrever que hoje ela fazia 28 anos de casada com o Dad, que se namoram faz 35 anos e que ela estava muito feliz. Chorei.
Estava tão desapontada com o meu dia que esqueci de lhes desejar ainda mais felicidades e comecei a pensar como deve estar sendo complicado essa semana para os dois, por a Natália ter mudado de casa pra começar sua vida a dois com o Cadu.
Agora será só os dois novamente e sei que a saudade deve apertar muito dos 3 filhotes que foram muito bem criados e amados.
Hoje foi também a primeira vez que senti vontade de voltar pro Brasil. A sensação de perda nos deixa tão impotente que eu só queria colo e algum lugar quentinho para me aconchegar.
De todos os sonhos que tenho, um deles, sempre foi conhecer Londres. Depois de 3 semanas de regime, 2 semanas com a mala pronta, me preparando arduamente para absorver em 2 dias tudo que eu pudesse da cidade finalmente chega a hora de ir pro aeroporto.
Sai da escola às 5h da madrugada finalizando uma campanha que iriamos apresentar pro cliente na próxima tarde. O clima estava tenso e de muita apreensão. Eu não queria me ausentar do meu compromisso e ao mesmo tempo tinha que escolher se viajava ou ficava na escola. Fiz o meu melhor ao adiantar tudo e fiquei muito satisfeita ao ver que o esforço valeu a pena. O cliente da grife germânica René Lezard amou o nosso trabalho e está pensando seriamente em publicar na próxima temporada.
Mas isso eu ainda não sabia quando deixei a Miami pra vir tomar um banho super rápido e antes que amanhecesse pegássemos um metrô rumo o aeroporto.
Eu estava elétrica, super entusiasmada e apesar de não ter pregado o olho não parecia que estava acordada a noite toda.
Pegamos 3 metrôs, um ônibus e muita chuva e fui direto ao bancão procurar a Ryan Air. A atendente com muito custo me explicou em Alemão que eu havia errado o aeroporto. - Como assim, esse não é o único da cidade?
E a resposta que eu não queria ouvir era: - Sim, o que você precisa é fora da cidade.
Corri para o táxi e perguntei quanto custaria para correr até lá. 120 euros foi a resposta e fica há 50 quilometros daqui.
Olhei no relógio e já era 8h30 da manhã. A minha esperança já tinha corrido pelo ralo mas o nego ainda queria uma segunda chance.
Pegamos o metrô novamente e seguimos rumo a rodoviária. De lá estava saindo um trem para Luberk e mais 25 euros nesse passeiosinho. 40 minutos depois precisamos trocar de trem para o aeroporto. Só que nessa brincadeira deixei passar o ponto de descer e quando já vi o trem tinha seguido para a próxima cidade. E foi em Ratnasse que ficamos 1 hora e meia só pra esperar o trem passar voltando para andar um equivalente há 7 minutos. Foi nesse lugar que passei o maior frio da minha vida. Os ossos trincavam, as pernas se debatiam e eu podia sentir rachando algo na minha orelha. A sensação é devastadora. Ainda mais pra quem estava de regime, sem dormir há 2 dias e tinha perdido o vôo dos seus sonhos. Dá pra calcular o que é isso? Pode acrescentar a perda material também. Meus pais não tem dinheiro para doar pra "instituição carente dos aviões sem direção". Enfim chegamos ao que posso chamar do menor aeroporto já visto, localizado na curva do nada com nunca mais.
Tentamos pegar um ônibus mas nada funcionava naquela cidade. Então pagamos outra fortuna de trem até a Central Estação e de lá um metrô até em casa. Estava tão cansada que quando voltei ao colégio às 3h da tarde minha frustação era tão grande que enfim chorei interminantemente.... até agora.
Mas como a mamãe disse: Deve haver um motivo. E graças a Deus não aconteceu nada mais grave.

2 comentários:

Roberta disse...

tadenha..mas sabe .. eu vou com a sua mae, inteiramente, eu acho q tem alguma coisa q nos protege.
é foooda, mas fazer o q ? nao q vc tenha q ser conivente com esse destino imediato, mas eh q foi tanta coisa pra atraplhar.. q eh de se pensar, nao?

Anônimo disse...

só passei... bj
Reginaldo