quinta-feira, 6 de novembro de 2008

falta de comunicação

Não tenho mais tempo de escrever com detalhes as coisas que vem acontecendo comigo. Tudo é tão corrido que quando chega sexta-feira e a turma toda se prepara pra sair eu sinto um frio e desânimo que meu corpo parece não colaborar pra sair do sofá.
Foi assim na última sexta. Voltei às 10h da noite da escola, tomei um banho e comecei a receber telefonemas aflitos perguntando porque eu ainda não tinha ido. Era Hallowen e as meninas tiveram a incrível idéia de sairem todas fantasiadas de Amy Winehouse (isso sim é uma boa interpretação de ser bruxa). Todas se reuniram na casa da Sandra pra se pintar, trocar de roupa, produzir para a balada. Eu acompanhei tudo pelo Shype e mesmo animada da cintura pra cima, a única coisa que consegui foi ficar em casa vendo filme em Alemão,sem legendas.
No outro dia então prometi para o nego que sairíamos sem falta. Começamos há 1h um passeio pelo Stadpark para conhecer o Planetarium. Me senti mais perto das estrelas. O frio estava descompensado, 2 graus. Mas mesmo assim famílias inteiras soltavam imponentes pipas, brincavam com seus cães e jogavam futebol. Bonito de se ver.
Senti saudades da minha madrinha. Há algum tempo não conseguimos mais nos encontrar pela net. Estou sem notícias (e aproxima o niver da vovó).
De lá fomos ver Queen Mary II, o maior transatlântico do mundo com todas as suas luzes e grandesa iluminando o porto Elbe.
E por fim resolvemos andar por St.Pauli, a rua do movimento. Esse é praticamente o punico ponto de encontro de jovens da cidade, mas não sei porquê não me sinto bem entre todas luzes, bares e sexshops que fazem o sucesso da rua.
Resolvemos entrar em um desses bares. O nego pediu uma cerveja e eu disse que ia pensar no que beber. Um choppe 5 euros (15 reais)e eu não estava com sede. Então, quando eu menos esperava, a garçonete: uma velhota, gorda e mal-humorada, levanta na frente de todo bar e grita apontando para a porta. Ele pode ficar, mas você não. Sai agora. Vocês nem imaginam como me senti. Que nojo daquele lugar. Onde me enfiei?
Sai caladinha (não tive palavras pra expressar meu ódio em alemão) e fomos embora.
De lá fomos ao supermercado. Passeio rotineiro para o novo negócio do nego. Ele está fornecendo almoço para 15 dos meus colegas da Miami. Então todos os dias tem que pensar um prato diferente e apetitoso para ser digno ao nome: BRAZILIAN FOOD FOR FRIENDS. Todos se reunem no sofá da escola como se fosse a sala da casa da avó de alguém e começa um ritual todo delicioso de comida caseira no qual o silêncio só é interrompido por sons: INHUME, HUMMM, DELICIOUS, I LOVE YOU....e até convencer o nego que não estou exagerando que eles realmente idolatram a comida dele demora mais um bocadinho. Nos primeiros dias não tinha sobrado pra mim. Agora já sobra, mas sou eu que estou tentando evitar para me preparar pro casamento da Natália. Ele se mudou ontem para casinha dela. Fico tão satisfeita de ela enfim estar realizando o seu sonho. Um sonho simples, mas cercado de muito amor e dedicação. Parece que tudo está começando a seguir o seu rumo. Tenho um pouco de tristeza pela Mamy e o Dad. Agora são só os dois. E esse momento nunca é tão fácil como se parece.
Amanhã chega uma nova sexta e espero dessa vez me obrigar a sair com as meninas. Não posso continuar nessa rotina: Escola-Casa-Escola. Apesar de o nego também estar trabalhando para uma padaria, fornecendo salgados pra eles, e ocupando bastante do seu tempo. Nós merecemos uma escapada, apesar de eu sempre me arrepender. A única vez que sai aqui foi para uma boate quente, músicas ultrapassadas e um povo muito estranho. Eu nunca vou me acostumar mas tá valendo cada minuto.

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