Eu amava como quando se ama sabendo que nada é pra sempre. Amava intensamente. Eu amava as flores roubadas no jardim, as noites de lua cheia, os dias de piscina e amigos, serenatas e beijos repartidos, sempre com medo de perdê-las.Pra mim, nunca foi difícil amar. Amava o passado, com planos para o futuro. Amava com pressa, sem conseguir viver o presente. E mesmo que eu me esforçasse muito, sempre perdia algum detalhe, perdia. O tempo foi passando e minha maneira de enxergar cada momento passou a ser relativa. Foi quando olhei pra mim, com mais carinho. E deixei que minha vida seguisse seu caminho. Desacelerei o passo. Respirei fundo. Passei por um período de autodescoberta. E ele, que observou tudo de longe, sentiu que já tinha espaço pra poder chegar mais perto. Não foi como um conto de fadas, foi real. Amor de verdade. Sim, ele acelera meu coração, me deixa zonza, confusa e sem jeito. Mas de um jeito especial que só ele sabe fazer.
Um dia, quando ainda era criança, escutei meu tio no telefone com a namorada, era como nos filmes: eu te amo, eu te amo mais, eu amo maior que mundo e outras variações de: não, desliga você, desliga primeiro. E assim que acabaram a conversa ele me disse que tudo aquilo ia passar, por isso ele faria o máximo pra naquele momento ser de coração, mas que outras coisas mais importantes ficariam, como o respeito pela individualidade do outro, a total gratidão pela pessoa querer estar dividindo o melhor e o pior da vida com você e por fim, a admiração, colocando sempre as qualidades em primeiro plano. Também me disse: o importante não é o quanto já andaram separados, mas o olhar para a mesma direção, o que pretendem construir juntos.Foi assim que nunca mais tive medo de perder, pois as coisas que já ganhei foram super recompensadoras.E depois do meu pai, meu irmão e meu tio, o lugar dele estava garantido.
Por fim, o que posso fazer é me comprometer com as pessoas que amo, esperar por um pouco de sorte, e que faça bom tempo.
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