sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ribeirão às 5h30 da tarde

Olhe essas casas. Parece que estão todas vazias. Escondendo com os dedos das mãos, o rosto.
Do meio delas, uma ave alcança o céu. Tão, tão rápido, convida o ar pra dançar.
Olhe essas casas. O sol quente ferve os telhados. É possível ver. É como se existisse uma camada acima de tudo, ardendo os jovens corações.
Olhando daqui, tudo parece inofensivo, parece calmo, parece sonho. Parece que não tem ninguém pra me escutar se eu quiser falar.
Olhe essas casas. Por fora não são bonitas, só por fora.
O sol está quase indo embora. Se despede de mim, todos os dias. Em silêncio me dá a sua paz sem nada pedir em troca.
Olhe essas casas. Eu estou olhando, para o mesmo lugar que você. Para o nada, para o calmo.
Pela primeira vez queria ficar, mas nunca estive. Nunca estive aqui.
Mais uma vez, foi como um sonho.

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