terça-feira, 6 de abril de 2010

Tragam suas boias

No feriado da Páscoa fomos visitar meu sogro em Araxá. Apesar da chuva, e por causa dela, foram 2 dias bastante calmos. A tia Cordélia, como sempre, nos recebeu super bem. Visitamos muitos parentes. Dormi e comi muito.
No domingo acordamos cedo. Antes da hora, até. Tudo porque o celular despertou ainda no horário de verão. Tiramos os gatos da tia do motor do carro. Nos molhamos um pouco com essa aventura. E quando estávamos saindo, a gata mãe deu um grito angustiado. Foi apavorante! Saimos do carro pra entender o motivo. E descobrimos que o filhote tinha saído de perto dela e voltado pra roda do carro. Acabamos passando em cima da patinha dele, deixando - o machucado.
Era ainda 6h30 da manhã, e mal sabíamos que a gata mãe rogou uma praga que perduraria 7 vidas.
Seguimos para uma pequena baldiação em Sacramento. A Tatá nos recebeu em frente a igreja e levou pra conhecer a casa em que ela está morando na chácara. Muito fofo. O Henrique e a Tatá, depois de 3 anos morando em BH, estão super bem morando em meio a cavalos, a natureza, e ao cachorrinho que destrói pratinhos plásticos.
Que pão de queijo delicioso! Ela quem fez especialmente pra gente.
De lá seguimos pra Ribeirão, para deixar os queijos que meu sogro tinha comprado pra gente. A viagem foi mais curta, porque o Henrique ensinou um caminho ótimo por Conquista, que encurtou 52 quilômetros da nossa viagem.
Aproveitamos a parada pra tomar um banhozinho e passar no drive tru do MC Donalds. Onde o pessoal queria cobrar muito mais do que o nosso pedido.
Seguimos para São Paulo. Eu tinha uma entrevista por lá. Quando o nego comentou: essa viagem foi muito tranquila. Vamos chegar uma hora antes do previsto. Imediatamente um congestionamento apareceu no kilômetro 97, pertinho de Campinas, e mesmo sabendo que seria imprevisível a volta do fluxo dos carros. Estávamos de muito bom humor. Ao menos parou de chover.
De repente o nego me mostra uma luz vermelha que acendeu no painel. - Ellen, quando essa luzinha aparecer, possivelmente é falta de óleo.
Paramos no acostamento para não forçar o motor. E enquanto esperávamos para resfriar o carro, o nego verificou os fusíveis coloridinhos que ficam abaixo do volante. Não era isso. Depois de meia hora, pegamos nossa água pra colocar no reservatório. A que estava lá havia evaporado. E conseguimos andar mais 10 quilômetros até o posto mais próximo. Na cabeça não veio ligar pro SOS da estrada, e sim ligar pro meu pai.
Porém, o posto de nome Campeão, não era tão campeão assim. O único orelhão não funcionava e os créditos para celulares estavam fora de serviço. Era o fim! Sem chances, sem comunicação.
Pedimos pra um frentista que disse: eu entendo um pouquinho de mecânica, nos ajudar. E embora ele não tenha achado a cebolinha da ventoinha, tomou 1 hora do nosso tempo e pediu um cafezinho de 10 reais em troca.
Compramos um cartão telefônico que comeu as unidades em segundos. E para minha mãe conseguir ligar a cobrar foi dramático. Fora a fila que estava esperando para usar o orelhão só aumentando.
A recomendação do meu pai foi ligar pro seguro que me deu duas alternativas: ou rebocamos seu carro pra São Paulo ou de volta pra Ribeirão. Como já havia passado 4 horas desde o ocorrido, preferi seguir pra capital, mais perto.
Fomos de Logan, ar-condicionado, e preferi dormir ou fechar os olhos pra não ver o motorista dirigindo há 140 quilômetros/hora. Sobrevivemos. Acredito que meu seguro cobria aventura.
O carro foi parar na garagem do Tio Miguel. Nós fomos parar na casa do meu irmão.
Na manhã seguinte, aniversário do meu pai e do meu irmão, a chuva continuava. São Paulo estava o caos. O metro e os ônibus parados e lotados. Tudo de pernas para o ar.
Achamos que o mecânico particular do tio já tinha resolvido o problema. Mas apesar de todas as técnicas, e ele me convenceu disso, era melhor levar a uma concessionária.
Chegamos às 3h da tarde. Meu cabelo já estava ensopado, meu sapato todo encharcado. E o atendente informou que o problema era mesmo com a ventuinha, que era a parte elétrica, que vários carros da marca estavam acontecendo o mesmo problema, e mesmo admitindo isso, ser um caso de recall, não aceitou a garantia porque não havíamos feito a segunda revisão. Me poupe! 1500 reais como presente de aniversário para o Dad, e ainda tenho que escutar o atendente falando que meu pai é nervoso. ódio!
Concluindo: voltei de ônibus para Ribeirão, para não faltar mais um dia de trabalho. E o nego ficou até quarta. Porque hoje o carro fica pronto, mas a placa sendo final 4 está dentro do rodízio. E como não posso ganhar mais nenhuma multa para não perder a carteira, o nego ficará preso por mais um tempo.
Hoje, esperando a carona de uma amiga, ligo o canal da TV. Ana Maria Braga dizendo que o Rio de Janeiro parou. Que ninguem pode sair de casa. O governo determinou parada total. E que em São Paulo não está muito diferente.
Aí fico pensando mais uma vez no dia do meu casamento. Pessoas morrendo aterradas na lama e eu pensando em 20 minutinhos de uma linda cerimônia.
Tudo praga da gata!

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