sábado, 12 de junho de 2010

Mudança

Já faz 2 meses e eu voltei para pegar as 13 últimas caixas que havia deixado para trás.
Uma delas me mostrou a indiferença.
Uma, a falta de consideração.
A outra escondida em baixo das outras, nem me lembrava do que havia guardado lá.
Ao abrir, percebi que não tinha nenhum arrependimento. Na caixa menor, estava a tristeza, chorei pela minha amiga que está com problemas na gravidez. Mas ao lado, pude ver a caixa da fé, que não me deixou ter senão pensamentos de otimismo para ela e a família.
O relógio enrolei com 5 plásticos bolhas, estourados, para não ter hora pra voltar. Na mesma caixa coloquei fotos e retalhos, misturados uma a outra. E assim como as caixas, eu, meio sem jeito, fui fazendo as malas, guardando as roupas sujas, assim como estavam e entregando-as para o meu marido lacrá-las com fita adesiva e barbante. Ele amarrou bem.
Assim como fez meu aniversário não ser uma verdadeira catástrofe. Me levou para meu barzinho preferido, pediu cordeiro assado com purê, segurou em minha mão e me protegeu do frio. Esperava que os amigos que havia feito na cidade aparecessem ao menos para um abraço. Esperei 4 dias. Até que numa sexta feira, atrasada, eu mesma resolvi ir falar xau.
No caminho, o pneu furou, mas resistente continuei o que eu precisava fazer. Foi quando todos os postes da cidade sofreram black out e eu passando por ali como se não pudesse mais ver. Mas quando cheguei na agência, alguns poucos sorrisos que recebi, me fez deixar de ter pressa, querer ficar mais um pouquinho. Então me despedi.

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