segunda-feira, 14 de março de 2011

Nem como acessório

Eu sou assim. Não sou daquelas pessoas que dizem: se quiser que me amem como sou, me aceitem ou me deixem. Principalmente porque não acho que as minhas manias possam ofender alguém a este ponto. Mas uma das minhas características (uma bem forte) é que não sou apegada a veículos de comunicação. Você deve estar se perguntando. – Mas você não é redatora? – Não passa 10 horas na frente de um computador todos os dias? – Não fala pelos cotovelos e adora postar fotos? Sim, sou eu mesma. E amo o meu trabalho, mas não é exatamente isto que me define.

Desde pequena aprendi a saber que horas são. Sempre quando acordo são 8h da manhã. A partir daí levo em média meia hora para me arrumar. Chego ao serviço às 9h. Começo a sentir fome 11h30. Almoço em 1 hora. E por aí vai. Eu sei, através do meu corpo (não é olhando para o céu) que horas são. Por isso, nunca precisei usar relógio. Já comprei alguns quando aquele dourado tava na moda, outra vez um vermelho transparente. Mas sempre acabaram abandonados em uma caixa de bijus, já no terceiro dia.

A mesma coisa acontece com os computadores. Gosto de checar meus emails. Ler o blog da Lia, do Gabito Nunes e da Tati Bernardi. Ver o horóscopo do dia. Abro o Messenger só para ver se minha melhor amiga aparece e está precisando de alguma coisa. Boto o papo em dia, mas logo me desconcentro. Abro o facebook. Fecho. E quando chego em casa tudo o que mais quero é não ter mais que ver um computador. Me desconectar geral. Nunca mais saber do que está acontecendo no mundo. Alheia mesmo, com a certeza de que nada vai mudar porque estou desinformada, que os tsunamis no Japão, os paredões do BBB, não dependerão de mim para acontecer.

Agora o celular. Este sim, não vejo utilidade. Posso levantar quantas bandeiras forem preciso para dizer que para mim não serve nem para acessório. O meu além de tudo é feio. Já caiu trocentas vezes no chão, não toca, não guarda agenda telefônica, e eu desligo antes mesmo de servir como despertador. Apesar de ninguém entender, de meus amigos acharem que é pessoal e jurarem que só me ligam quando estão mesmo precisando resolver algo urgente não me sinto capaz de resolver coisas urgentes, não sou essa pessoa, sinto muito. Posso ouvir, horas se for preciso, mas não tenho respostas prontas. E realmente me irrito com qualquer toque que coloco nele. Por isso para este ser extraterrestre, inoportuno, eu nunca estou. O que interessa aonde estou, para onde vou, o que estou fazendo.

No tempo das cartas, telefone só em casa, conversas cara a cara a vida era tão mais intensa, divertida. Sei que nos dias de hoje (olha a velha falando) isto não é possível. Sei que não inventaram o relógio, computador ou celular para me agredir. Mas... ah, também odeio óculos.

Um comentário:

E o sonho continua disse...

KKKK, vc é hilária, Ellenzita!!!
Temosalgum em comum: nunca gostei de celular e detesto óculos. Ainda mais agora que preciso deles pra ler. Dou aula tirando e colocando o tempo todo, mas fazer o quê?...agora é questão de vaidade...VAI IDADE!!!
Mas fiz uma arte ontem(domingo): comprei um celular cor de rosa que parece uma caixinha de make up, com tudo que tem de mais moderno. Me presentiei!!!
Éle é tão lindo que quem sabe eu agora me apaixona.
Obs: agora relógio eu não vivo sem ele nos pulsos, afinal tenho que dar aulas e recomeçar a cada 50 min,isso seis vezes por dia...
Beijocas!!!