terça-feira, 15 de março de 2011

Le condution

História de ônibus é o que não me falta. Vira e mexe só o meu ônibus, de todo o universo, quebra e sou obrigada a descer e pegar o próximo. Mas sempre acontece alguma coisa engraçada. Não posso dizer que sou perita no assunto.

A Vanessa mesmo, minha amiga que trabalha comigo, pega quatro por dia e muitas vezes prefere andar 7 quilômetros a pé do que ter um mal encarado olhando-a fixamente. Fora o fato daquela senhora que não perde a oportunidade de puxar um assunto sobre o nada, totalmente sem fundamento, porque acha que o busão é um lugar apropriado para fazer amizades. Não posso negar que exista bastante aproximação.

Hoje mesmo quando consegui sentar, um moço pensou que meu ombro era encosto e não exitou em sentar em cima com aquela bunda magra e ossos pontudos. Para ele devia estar bastante confortável, e mesmo que eu tentasse sair dali fazendo movimentos bruscos com o braço, ele parecia nem notar.

Sentado do outro lado, um cara estilo trombadinha, vestido com capuz e moleton, parecia um tanto suspeito. Tudo bem que para mim a maioria dos cidadãos são, mas estava fazendo um calor de 49 graus minha senhora.

Voltar a ficar de pé ou me espremer entre os malandrões? Esta nem era a verdadeira questão. Meus joelhos eram, sempre são. Não sei qual foi o engenheiro que analisando uma lata de sardinha criou o busão a sua semelhança e afirmou que ali caberiam mais de 200 pessoas. Porque mesmo que eu mantenha minhas costas eretas, como nunca consegui algum dia, me equilibrando no meu único ossinho do cóccix, começo a pensar porque não insisti mais nas aulas de pilates. Enfim, porque mesmo que eu me esforce, não me cabe sentada ali. Nem que eu arrancasse minhas pernas fora. Chego a pensar que nem se eu emagrecesse 40 quilos.

Mas se me levanto... onde vou me segurar? Olho para aquele acumulado de mãos em uma única barra de ferro, como se brincassem de odoleta. Mãos negras, amarelas, sujas, unhas compridas, esmaltes descascando, lindos anéis, a sua, a minha. Ops, a minha não.

Vou ficar por aqui mesmo. Afinal, ainda falta 1 hora e meia, divididas em 180 quarteirões, em uma velocidade quase imperceptível. A não ser quando cruza um carro na frente ou o sinal fica vermelho ou simplesmente o motorista não foi com a cara daquela velha de muletas e decidiu não colaborar, aí então dá para sentir. Porque eles insistem em achar que estão carregando porco, que apesar do cheirinho vencido de alguns, estou certa de que não somos.

Na volta para casa as coisas já são mais tranquilas. Agora dei para tirar uma sonequinha enquanto bato a cabeça na janela. É meio que incontrolável. Ontem mesmo acordei com o meu próprio ronco. Foi vergonhoso ver umas meninas assustadas perguntando: - o que foi isso? Teve gente que achou que tinha estourado o escapamento. Então, evitei dormir desta vez.

Ah, vocês estavam esperando os tais fatos engraçados que mencionei acima? Não menti. Sempre acontecem. Mas não sei porquê não estou conseguindo lembrar de nenhum agora. Algo me diz que deve ser porque a parte ruim é infinitamente pior. Mas é bom lembrar: além de ser mais econômico, vale mais do que uma atividade física.

E você, lembra de algo engraçado que aconteceu em um busão?

Um comentário:

Vanessa disse...

Eu rolei de rir e to com dor no baço ainda de tanto rir! ahhhahahahahhahahahahah