segunda-feira, 21 de março de 2011

Shakira na Shuva














Depois de 14 anos esperando ela voltar ao Brasil, com os ingressos comprados 5 meses antes da apresentação, e o fato do show ter sido cancelado em Brasília por conta de um temporal, neste sábado não estive nada menos do que ansiosa.

Chegamos ao Estádio do Morumbi como lentas formigas em fila indiana, quase 1 hora e muito no trânsito, mas na hora prevista: às 5h em ponto. O show do chimarruts já estava no final, por isso as cadeiras da arquibancada também estavam todas preenchidas. Não pensei duas vezes ao sentar na primeira que visse pela frente.

Foi quando a chuva começou a cair, e mesmo sabendo que ainda teriam 2 shows antes da Shakira, eu não largaria meu lugar por nada. A chuva foi engrossando. Meu cabelo enxarcado ao menos tampava as minhas costas. Se não fosse por este motivo, hoje estaria gripada, fatalmente de cama.

Tentava ver o lado bonito da coisa. Todas aquelas mulheres que estavam lá, super produzidas, maquiadas, com bota até o joelho, que muito mais do que admirar a Shakira queriam por tudo ser ela, se renderam a capa de chuva (inflacionada para 10 reais), e naquele momento todas eram iguais, um monte de pessoas sem rosto, com uma capa de chuva sem vergonha, lotando o estádio.

A não ser eu. A pessoa que não sente frio? A pessoa que acredita que a chuva purifica a alma? A destemida que não tem ar condicionado no carro e em dia de calor dos infernos não abre o vidro para fingir que é chique? Não, não, longe disso. A pessoa que não tinha 10 reais.

Tentei me animar com Train, afinal eles tinham ido ao Big Brother e eu sabia cantar uma das canções, pelo menos o refrão. Ops, essa eu sei também. Umbrela, ela, ela, ei, ei, ei. Mas não é da Riahana? Ao menos passou rápido.

Depois veio Ziggy Marley. Filho do Bob Marley. Era só o que eu tentava me apegar. Estou vendo um show "quase importante", um show "importante de tabela". Quem eu queria enganar? Como disse uma menina que estava sentada logo atrás de mim. Odeio reggae, ainda mais em inglês, vou dormir, depois me acorda.

Às 8h em ponto acabaram as preliminares. Ufa. Nunca imaginei que seria tão sacrificante. Mas logo a Shakira entraria no palco e me faria esquecer de todo o sofrimento. Como uma das suas mais novas canções: quando menos se espera, sai o sol.

O sol não saiu. Afinal já eram 8h da noite, levantei para esticar as pernas, agora eram 8h20, o chuva engrossou mais ainda. Eram 8h53. E ela saiu do carro, protegida por 2 seguranças e um guarda-chuva mediocre, mas estava linda, com uma capa rosa pink, e passou entre os fãs em direção ao palco, pegando na mão de cada um, cantando Pienso em Ti.

Aquela voz contralto vibrante parecia inundar o estádio. Estavámos em silêncio. Profundo e total. Até ela tirar a capa e se revelar uma roqueira de primeira. Como sempre foi. Calça preta de couro, regata dourada, bota de cano alto, cabelos soltos sem a menor afetação e nenhum medo. Ela nos deu boa noite. Disse que estava ali para nos satisfazer, e que naquela noite ela era Paulista. Tudo em um português com sotaque colombiano, fofo, digno.

E a partir daí foram 15 músicas, 1 hora e 40 de show, em um ritmo eletrizante, na qual ela escolheu ficar na chuva com a gente, o tempo todo, e eu morrendo de medo dela gripar ou levar um choque com o microfone. Nothing Else Mather foi a música revelação, com um arranjo totalmente inusitado. Loca, Loca, Loca, foi o que deixou o público parecendo macacos, tentando imitar, sem perceber, o que a Shakira fazia no palco. E ela terminou com o WaKa, Waka, sem dever pra ninguém, 10 pessoas foram ao palco dançar com ela.

Foi o melhor show da minha vida. Ela é mesmo linda, alegre e emocionante. No final entrei no carro tremendo o queixo, resolvi deixar minha sapatilha lá na rua como lembrança. Eu chorei e ri como nunca. Tanto que nem fiquei pro Fat Boy Slim. Pra quê né?

Um comentário:

Ana Paula Ramos disse...

Adorei seus comentários.... ri muito sobre as observações dos outros Shows rsrsrs.
Realmente Shakira é TUDOOOOO