terça-feira, 19 de julho de 2011

Por isso eu vou para casa dela

Já aprendi a rir de mim mesma. Isso é muito perigoso. O nosso erro começa a se tornar diversão e quando se nota estamos agindo repetiva e compulsivamente. Mais compulsiva, neste caso.

Entrei no avião com meu irmão e percebi que algumas pessoas já sentadas me olhavam feio. O que será que estou fazendo? Quando dei por mim o meu quadril, que ainda não tenho a menor dimensão de sua falta de proporção, estava trombando maletas e braços, um a um.

Me sentei. Naquele momento eu parecia ter embarcado no mundo das maravilhas. Alice me servia mais uma chícara de chocolate quente para disfarçar a poção que fez tudo ficar menor e eu crescer, crescer, crescer... a ponto de não caber na cadeira.

O cinto de segurança não fechava. O folgado da frente já estava relaxadão enquanto eu não podia mover minhas pernas. A única opção que me restou foi tirar a blusa de lã e passar frio (na minha opinião muito melhor do que continuar passando vergonha).

Quando a comida chegou eu não tinha como descer a mesinha, não cabiaaaaaaaa. Deixei de lado o guaraná, pedi uma água e pedi licença para usar a mesinha do meu irmão. Estávamos rachando de rir. Chegou o amendoin para alimentar a elefanta. E com ela a turbulência.

Era como se estívessemos em um raly. Movimentos frenéticos para cima e para baixo. Resolvi ir ao banheiro. E me olhando no espelho vi que não tinha a menor noção do que os outros enxergam sobre mim, vi que meu excesso de autoestima pode ser sim considerado um problema e vi que o botão da calça estava resistindo a fechar. Pronto. Puf. Voou longe. Um problema a menos para me preocupar.

Nenhum comentário: