quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A palavra é de prata. O silêncio, de ouro.

Tá. Não dá para ser feliz 24 horas por dia. Quando a gente tá super bem em casa, normalmente alguma coisa acontece no serviço. Deve ser aquele estigma de azar no jogo, sorte no amor ou talvez porque mal humor é contagioso.

Na minha idade, a tolerância (abaixo de zero) também ajuda muito (ajuda a piorar). Mas faz um teste, vamos comigo. Quando foi a última vez que você escutou o silêncio? A ausência de som, de gente que só fala potoca, de assuntos que não acrescentam em nada e principalmente de reclamações.

Já fico até esperando. Se chover, vão reclamar de molhar. Se fizer sol, vão reclamar de falta de ar. Se chegarem atrasados, vão reclamar do ônibus que não passa. Se chegarem na hora, vão reclamar dos colegas que não chegam. Se não tiver comida, vão reclamar da fome mundial. Se fizerem pipoca, vão reclamar do cheiro (empestiado no ar). Se tiver muito trabalho, vão reclamar da enxaqueca, da úlcera, da cólica. Se não tiver o que fazer, vão reclamar do tempo que não passa. Se um começar a reclamar o outro tem muito mais motivos. Aí começam a gritar mais alto e gemer mais alto e resmungar mais alto. - Ai, ai, ai. Tá doendo o que? Porque a vida do outro consegue ser muitooooo pior do que a sua?

E não adianta discutir. Sigo com minha insignificância e a vontade de ter uma sala só minha (a prova de som). Embora eu saiba que conviver é um dos maiores aprendizados que posso tirar do dia a dia, às vezes cansa. Porque o que eu exijo de mim é o que os outros esperam do meu trabalho: competência.

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