Só doi quando respira

Já não basta ter começado o horário de verão, que a gente não consegue dormir na hora de costume e também não acorda nada bem 1 hora antes, o intervalo da minha noite (aquele que vai das 2h às 8h da manhã) também não foi nada agradável.

Lógico que minha reação não foi dar um google no que eu achava que podia ser gazes ou mal jeito. Fiquei na minha. Tá, tá, gemi um pouco até achar posição na cama, mas nada que me fizesse levantar e me encher de analgésicos. Gritei o nego que só conseguia dizer: - era só o que faltava, dor nos rins agora?

Dormi, e ao acordar a dor ainda estava aqui. O pior é que o sono era tão grande que até pra bocejar tava difícil. Resolvi perguntar para uma amiga PHD em doenças e farmacinhas particulares que me disse com precisão: - é baço. agora para que serve isso, não sei.

Na hora desejei que fosse sábado ou que ao menos ainda estivesse em Goiânia ao lado da médica pediatra minha mãe pra ela me dizer porquê raios essa novidade agora. Mas não estou. Fazia 4 meses que eu não os via, que eu não curtia minha casinha com a tv e o sofá, e os sapos esperando na porta de entrada.

Sapos? Sim, desta vez choveu (normalmente eu voltava de Goiânia com um belo bronzeado). Sim, desta vez enguiçou o portão elétrico (e eu tinha que ajudar minha mãe pra guardar o carro). E sim, sim, sim, desta vez reviveram meus principais medos em forma de sapos marrons e coachadores.

Por isso, o tempo que estive lá passei dentro de casa. Quietinha. Pensando em como seria bom se eu ainda morasse naquela cidade e não precisasse fugir do passado como fugisse de algo que não serve mais pra mim. Não atendi telefonemas. Não fiz sinal de fumaça. Mas consegui cumprir o principal objetivo dessa viagem. Conhecer meu priminho recém nascido e tentar aprender com ele algumas lições valiosas, como "quando você não tem nada a fazer, relaxe" ou "a vida se encarrega de te surpreender, apenas esteja aberto".

Não sei se já é a saudade, mas tá doendo. Ah, mas não precisa se preocupar, só dói quando respira.