Não sei se foi a lua com quadratura em urânio, ou se o destino fez as
minhas malas para voltar aquele lugar, só sei que de alguma maneira nos
conhecemos e por um ano admiramos uma a outra sem imaginar quantas afinidades
ainda iríamos compartilhar.
A profissional mais dedicada, a colega mais atenciosa, a mulher mais
inteligente, mas sentava em outro departamento, no outro andar, com uma outra
carga de responsabilidade.
Não foi no dia a dia que nos tornamos melhores amigas e sim na ausência
das horas. Eu tive que me mudar de cidade. Ela teve que quebrar alguns vínculos.
Nós tivemos que ficar frágeis para dar força uma a outra.
Quando a saudade apertava, quando acontecia alguma coisa que
precisávamos compartilhar com alguém, quando não acontecia nada mas estávamos
ansiosas pelas mudanças, quando era para dar bom dia, boa tarde, boa noite e desejar do fundo do coração que fossem dias bons de verdade, quando
a sorte e o azár brigavam feio e a gente só tinha uma a outra para fazer as
pazes, quando ela não conseguia dormir e eu não conseguia sair da cama, quando
não era preciso palavras, apenas saber que ela sempre estaria lá para mim.
Muitas vezes pude sentir suas mãos delicadas nos meus cabelos como um cafuné
(por telepatia). Outras tantas compreendi que é exatamente a distância que nos
une, que nos torna tão cúmplices. Não desejei nada além da sua felicidade,
compadeci com as suas dores e me orgulhei do seu desenvolvimento.
Hoje, é como se fosse também o meu dia. Hoje, comemoro com você o seu
sorriso mais lindo, o seu vestido mais rodado, as suas palavras mais doces.
Eu te amo, eu te admiro, eu te respeito, e o que posso desejar é que
nada mude, pois você é uma pessoa incrível e merecedora de todas as suas conquistas,
agora é só aproveitar.
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