domingo, 20 de maio de 2012

Pamonha Paulista

De Bauru a São Paulo são 330 km. Neste percurso, qualquer pipi stop é uma casa (ou castelo) de pamonha. Paramos em uma das 4 que consegui contar e quando fui buscar Coca-Cola para o meu primo, não resisti e comprei pamonha para nossa janta. Ainda me lembro da última vez que caí nesta burrada. Voltando de Ubachuva paramos em uma pamonharia de beira de estrada e fomos logo pedindo uma pamonha à moda. A atendendente estranhou e respondeu que eles só vendiam da tradicional mesmo. Como ali estava claro que ninguém tava entendendo o que o outro queria falar tentamos explicar que à moda significa pamonha de sal com linguiça e queijo coalho. Vocês precisavam ver a cara dela de ofendida ao retrucar. - Então, nós só temos a normal mesmo, a pamonha doce.

Antigamente eu só comia pamonhas doce. Lá em casa, continua sendo a preferida da minha mãe e da minha irmã - meu pai vai de curau - mas um dia meu namorado (atual marido sabe tudo) me levou em uma pracinha bem modesta do Jardim América e insistiu para eu provar a pamonha salgada. Na hora eu quis muito recusar. - Tá bom, só uma garfadinha. E foi de garfada em garfada que este se tornou meu prato preferido de toda a vida. Uma pamonha goiana (a deste dia tinha frango desfiado, queijo e muito milho) é como uma refeição completa e substitui muito bem o almoço ou o jantar. Mas voltando a pamonha doce da estrada (meu passado me condena) resolvi relembrar o sabor de uma pamonha normal - tradicional - da fulana de tal.

A primeira coisa que estranhei foi como ela é feita. As palhas são costuradas em formato de balão, ao invés de serem amarradas em cordões no formato retangular. E quando eu abri a palha, lá estava a meleca mais águada que já vi, uma pasta amarela insonsa, horrenda. Joguei no lixo (e olha que eu não desperdiço nada).

Ontem, tinha pamonha à moda, tinha pamonha apimentada, tinha pamonha doce com raspas de coco, e mesmo eu não concordando com a preguiça dos paulistas de costurarem a palha, resolvi assumir o risco e ver qual é a desse castelo (afinal, as mesas estavam lotadas e a rotatividade dos carros lá de fora era muito grande).

A pamonha (outra vez) foi uma grande decepção. É difícil quando se compara com a melhor do mundo, mas acho injusto usarem farinha de milho (a famosa Milharina) no lugar do milho natural. As pessoas provam, ficam achando que aquilo é pamonha, e o que mais escuto por aí é: - Eu odeio, ruim demais, éca. Realmente é uma éca, mas deveria ser chamada de Anhonha, aquilo não tem nada a ver com o paraíso de uma pamonha real. Fora que em Goiânia custa 2,50. Nas estradas paulistas passa de 5 reais.




Nenhum comentário: