segunda-feira, 18 de junho de 2012

Uma história. 4 versões.

Sexta a noite. Tava tudo combinado de véspera. Íamos conhecer o pub Omalleys no Jardins. Dei um jeito de entrar na internet pra saber como funcionava. Desanimei um pouco ao ver que a entrada, seca, iria me custar 70 reais (35 pra mim, 35 para meu acompanhante). Queria muito encontrar as Anas: Suzana, Juliana, Luciana, mas a decisão pesou no bolso e resolvi ligar para Ju para confirmar. Ela me disse que a Su estava chegando em sua casa mas queria ir em outra festa e que a Lu estava chegando de Campinas mas como tinha pós no outro dia estava desanimada de pegar balada.

É aí que termina a minha versão da história. Peguei um filminho na locadora e fui dormir às 2h da manhã.

No outro dia encontrei a Ju, que acabou confessando que foram no Omalleys. Para quem é solteira, é um bom investimento – disse ela. E tinha como eu dizer o contrário? A Ju estava com o Du, um gatinho super simpático que conheceu na noite anterior, e apesar de mal terem dormido, estavam todos comunicativos e sorridentes.

Ela contou que chegaram meia noite e como o Du estava sozinho na pista (os 3 amigos já estavam abordando umas meninas) as Anas resolveram adotá-lo. Conversa vai, conversa vem, eles ficaram juntos. E quando deu 4h da manhã o Du a convidou para continuar a noite em um Sertanejo na Funchal. Ela pagou a conta e foram (sem se lembrarem que as Anas ainda estavam na fila e iriam com eles). O GPS falhou, se perderam e quando chegaram no Sertanejo o cara da portaria não permitiu a entrada deles. O Du deixou a Ju em casa, mas quando ela foi procurar pela chave, percebeu que tinha ficado na bolsa da Su. O jeito foi seguirem para Santo André e dormirem na casa do Du mesmo.

É aí que termina a versão da Ju.

Enquanto isso, depois de enfrentar uma fila giga, a Su e a Lu saem da balada e não encontram a Ju do lado de fora. Ela não iria embora sem a gente, nem com celular está, como vai sair com um estranho? – falaram em coro. Foi aí que a Lu se ofereceu a entrar novamente no Omalleys e procurar a Ju por lá. Revistou cada cantinho do pub e quando estava indo rumo ao banheiro em uma última tentativa investigativa, foi abordada por um cara lindo, piloto de avião, que já haviam trocado olhares a noite toda. Ele a beijou e depois se apresentou: - Meu nome é Du (outro Du?).

A Lu se desculpou, mas precisava achar a amiga. E quando estava novamente na porta viu o Du passar de carro e oferecer carona. A Su e o namô dela haviam acabado de entrar no táxi quando a Lu fez com que eles descessem e pegassem carona com ela. Era 5h30 da manhã, não tinha um cristão na rua, mas quando estavam descendo a Bela Cintra para pegar a Consolação, um condenado passa correndo em frente o carro e é atropelado. Trincou o vidro bem em frente a Lu. Saíram imediatamente do carro e foram levados pela policia que coincidentemente passava de camburão. Que azar! Duplo azar!

A Lu foi com o Du para delegacia, mas no meio do caminho os policiais resolveram conferir se o Du não estava fichado na polícia (coisa de praxe). Para surpresa de todos, o nome dele aparecia como mandante de uma gange procurada. Nesta hora os policiais pararam o carro imediatamente, jogaram o rapaz na calçada beijando o chão e começaram o baculejo bruto. Só pararam quando a máquina lá de dentro do carro começou a acusar erro no sistema. Sem pedir desculpa nem nada continuaram a caminho da delegacia. Enquanto isso a Lu só pensava – onde fui me meter. Isso porque ela é advogada e das boas.

3 horas depois, teste de bafômetro, de sangue e etc mais tarde, o Du resolve encasquetar com o pé da Lu, dizendo que nunca viu um pé mais lindo, imagina esses dedinhos com uma base branquinha e tals, e pediu ela em casamento convidando os policiais para serem padrinhos por foram testemunhas dessa união.

É aí que termina a versão da Lu.

Já a Su, prima mais nova da Ju, saiu do carro em choque e tentou por tudo acordar o quase morto-atropelado-trêbado. Se ajoelhou ao lado dele e chacoalhava o coitado esperando que uma ambulância se materializasse enquanto o boymagia estérico do coitado não parava de gritar. A Su não parava de chorar quando o quase morto-atropelado-trêbado resolveu dar o ar da graça. Ele pegou no braço da Su sujando-a toda de sangue.

Sangue? Não, não – disse uma mulher que surgiu do nada, com um vestido medieval, uma sombrinha dos anos 20, cabelos enrolados em um chapéu de época e um microfone da Madona – É uma trufa que vendi pra ele. Borrou todo o seu rosto e suas mãos com o choque, ai meu deus, estou tão arrependida de ter vendido uma de chocolate com morango.

E quando Su achou que esta mulher iria se ajoelhar e chorar junto, ela liga o microfone e começa a cantar em alto e bom som todos os sabores de trufa que ela tem pra vender.

– Tem de coco, chocolate, morango, maracujá.
– Tem também de açaí, banana, jaboticada, kiwi.
– Compre 1, leve 2, você não vai resistir.
- Eu já fui até no Jô e não queria estar aqui.

Desacreditada de tudo, Su abaixou a cabeça e só voltou a si quando percebeu que uma câmera filmadora registrava tudo. Era o Cazé, no programa a Liga, perguntando pra ela como tudo aquilo aconteceu. Só faltava. Terça que vem ela estará na TV, acusada por nada.

Foi quando ela perguntou para o namô: - Qual é seu nome mesmo? E inacreditavelmente ele falou: Du. (Annnn, como assim? Me belisca. Outro Du?) E foram embora para casa, a pé.

Termina aí a versão da Su e essa noite completamente maluca.

Um comentário:

Matheus Pitillo disse...

HAHAHAHAHAHA! Mano, que sem nocao tudo isso. Primeiro essa tanto de Lu, Su, Ju, apelidos e Du. Fiquei meio perdido na historia, mas acho que essa era a intencao. :P

Sorte sua que acabou no filminho da noite mesmo.

Beijao!