segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Quando formos gatos

Ela não aceitava ser menos importante. Não para ele. Tentou várias vezes esquecer o passado e conseguia. Aquela idéia fixa já não a perseguia mais.
Embora fosse a única maneira de trazer de volta aquela menina romântica do passado, ela seguia em frente, se apaixonava, se divertia, mas evitava comparações porque certamente se perderia sonhando com ele.
Ela era assim. Sonhava alto. Sonhava em conhecer mais uma vez o amor da sua vida, ou reconhecer que o seu primeiro amor era o tal. Na verdade, não se sabe ao certo que visitava os sonhos de quem.
No sonho, apareciam de mãos dadas entre enormes laços de fitas cor-de-rosa.
Não era diferente de quando se encontravam de fato. De ano em ano, se viam, contemplavam um sorriso e se rendiam admirados a saber das novidades e sobre o rumo que a vida tomou.
Eles se conheciam tanto que nunca deixaram de ser um do outro.
Ele sabia que em 1 semana ou um pouquinho mais conseguiria parar de pensar no sorriso dela.
Ela entendia que se esforçasse, no mesmo intervalo, pararia de ouvir aqueles sinos.
Sim, eles tocavam mesmo. Assim como a mão gelada e o nó na garganta que nunca deixara de comparecer.
Seria uma linda história de amor se um dos dois reconhecesse como intenção o fato de ficarem juntos. Mas fingiram calados por tanto tempo que não podiam mais se enganar. Acostumaram-se com a ausência e contentaram-se com os abraços periódicos cheios de saudade. E sua última chance, partiu. Assim como seu coração.
Pela terceira vez, em dez anos, foi abandonada pelo homem irreal do futuro ideal.
Quem sabe na próxima vida?

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