Nasceu de uma viagem inesperada, quando o tempo era contado de trás pra frente. E como tudo era ansiedade, medo... nasceu para um novo despertar. Fez-se uma pausa. Colocou um fim nas angústias e tudo o que eu relutava. Dormindo ou acordada, nada mais poderia me cortar. As marcas de arranhão haviam sumido. Mais cedo ou mais tarde eu teria que tomar uma decisão.
Senti, precisamente quando aconteceu. Havia chegado a hora. Eu já o amava com todo meu coração. Amava os defeitos e compreendia as falhas. Uma sucessão de fatos imperfeitos culminaria no meu perdão (eu havia me perdoado). Finalmente, voltava a acreditar nele. Estava disposta a tentar. Agora, o amava com 2 corações sinceros e leais a tudo que tinhamos para dar e tudo que ele podia nos oferecer.
Nasceu de um 1ºde maio, às 5h50 da manhã, quando nenhum banco de rodoviária conseguia mais aconchegar tanta espera. E eu sorri como há tempos não fazia. E ele retribuiu.
Meu pai esperava acordado. É fato: tem perdido o sono com frequência, mas naquele momento se colocaria de pé pra me buscar. Porém, estava acabando a bateria do celular, e ele dava sinais que só chamaria em caso de urgência.
Como não fazíamos há 3 anos, nos olhamos embriagados de emoção e ternura. Eu estava cansada. Ele, lindo e apaixonado. A cidade estava muito movimentada pra hora. Havia acabado um show no Jáo. O portão de casa escancarado, estragou com a chuva.
Fomos dormir. Cada um na sua casa. Cada um no seu endereço. Aceitando õ que viesse como consequência.
Hoje, sei bem o que quis dizer aquele calor na minha alma. Também sei que devo me proteger mais contra os tombos de escada.
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