quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Celebration

Embarcamos em Santos em uma das experiências mais interessantes da minha vida. Eu e o meu medo mergulhamos de cabeça nessa viagem. Tava tudo lindo: cada detalhe do navio luxuoso compunha com perfeição aquele cartão postal que avistávamos... tanto mar, sol e vento. Tanto. Mas foi começar a navegar que já senti que as coisas não seriam boas para marinheiros de primeira viagem como eu.
Estávamos toda a família sentados a mesa que foi reservada, esperando 3 tipos diferentes de entradas (pãozinho, sopa, saladas diversas), o prato principal e a sobremesa que o nosso garçom Almir foi providenciar, quando nem os pratos conseguiam mais parar em pé. Não era uma balançadinha qualquer. Tanto que quando olhei pro lado, a mamy estava sem pressão, branquinha, pronta para um desmaio. O matheus logo nos levou para o quarto. Onde passamos a noite toda mareada fixando os olhos em um ponto do teto pra ver se conseguiamos dormir sem vomitar mais. Eu juro que pensei que ia morrer ali. No outro dia o enjoo não dava descanso e como tentativa de melhora, pra pegar um arzinho e sair da proa do navio(que é onde balança mais), resolvi deitar pra tomar um sol e levei todo mundo comigo. Parecia que até a noite, naquela mesma posição, as coisas tinham chance de melhorar. Mais um dia inteiro sem comer nada daquele delicioso bufê de massas, camarões e sushis, mas tive a sorte de poder ir ao teatro assistir a um show que acontecia diariamente às 10h da noite. Era o meu programa favorito a partir do terceiro dia que melhoramos e conseguimos estabelecer uma rotina.
Acordávamos às 9h, iámos para o café da manhã, depois um passeio pelo ofurô de hidromassagem e o solarium, deitávamos na cadeira de sol, assistíamos as programações culturais dos palhaços e dançarinos, depois iámos almoçar, um banho, e o resto da tarde aproveitando as bandas com diferentes estilos musicais. Jales e Joelson(sertanejo), Banda Red(pop), Banda Brisa(MPB), e para quem não era tão musical quanto eu (dança, cassino, bebidas à vontade, sala de musculação, spa, lojas de souveniers). No entanto, 15 para às 8h da noite todos deveriam estar no restaurante, e lá ficávamos falando da vida, todos da família, contando como foi o dia, até umas 9h30. Às 10h15 chegava minha hora preferida. Um espetáculo com 12 bailarinos e uns 5 cantores interpretando CHEGA DE SAUDADE, ELIS REGINA, CABARÉ MUSIKAUS, TANGO, entre outros. Uma produção de encher os olhos. No final, passear de Navio foi muito mais emocionante do que conhecer Buenos Aires e Punta Del Este. Meu nível de criticismo estava muito alto. E apesar de ser meu sonho desbravar as terras argentinas, Buenos Aires não era exatamente como pensei. Eu vi uma cidade enorme, cheia de contrastes entre o moderno e o velho, muita pobreza e muita riquesa, enfim, coisas que um turista não precisava ter visto.
Mas a viagem, em si, foi perfeita. E se um dia tiver outra oportunidade eu volto, nem que seja pra morrer de enjoo mais um pouquinho em direção ao Caribe.

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