sexta-feira, 17 de julho de 2009

O aperfeiçoamento nasce da imperfeição.

Em um ambiente de trabalho, onde as coisas caminham tranqüilas e sem erros, nunca vai haver espaço para o crescimento.
Eu já acreditei em uma agência na qual tivéssemos liberdade de criar e pudéssemos ajudar o cliente a construir uma marca sem precisar usar o varejo como uma arma impune para fazer promoções de última hora.
- ATENÇÃO! (gritam bem alto). – SÓ HOJE! (gritam mais alto). Alguém ainda acredita nisso? Dizem que sim. E se quem diz é quem paga o seu salário, você finge que acredita. (Curvar a cabeça pra frente e pra trás em um momento positivo também funciona).
Hoje, depois de tomar consciência que o que fiz na Holanda e na Alemanha não foram simples visitas, posso afirmar que o que acontece nos bastidores da telinha é uma verdadeira fábrica de não sonhos. O Brasil ainda é considerado um dos países mais criativos. No entanto, tudo o que vence, não existe.
Os fantasmas, como chamam, não servem só pra ganhar prêmios. São também os responsáveis por fazer a gente acreditar que uma coisa tão simples poderia ter saído da nossa cabeça. Uma coisa que nem é uma idéia. Estava ali na sua cara, quicando, esperando que alguém pusesse pra fora.
Assim, esse jogo de ver e ser visto, resulta em um ego enorme que estabelece hierarquias regidas por único parâmetro: quem ganha 20 mil e quem ganha 700 (menos impostos). E aqueles que não têm nem pro imposto ficam sonhando como seria se trabalhassem em São Paulo.
Êh terrinha boa que com certeza transpira cultura, mas que não dá tempo para os seus filhos de usufruí-las. Uma terra de constante progresso onde novas marcas pop-upam nas telas de notes, i-phones ou qualquer outra tecnologia de última geração. E com elas mais clientes e mais agências, ambos incapazes, que se pautam pelo relacionamento da “boa mentirança”.
Ou seja, a única, única diferença é que se gasta mais do que 1 hora e meia, mínimo, para chegar até ao trabalho. Foi daí que surgiu a frase: 5% de inspiração, 95% de transpiração.
Por isso, e várias outras justificativas que graças a Deus ninguém me cobra, fico e continuo aqui, nadando no mesmo mar sem me deixar afogar. E como enxergo muitas falhas no lugar e no sistema, continuo meu aprendizado, sem aquafobia, até me tornar a melhor nadadora que posso ser. E sem pretensão nenhuma de disputar as Olimpíadas.

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