sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A noite que virou dia

A tendência das pessoas é chegar ao limite para mudar alguma coisa.
Mudar sempre foi muito difícil. Mas a mudança interna, aquela que só se faz conscientemente e que muitos chamam de volta ao fundo do poço, tende a ser lenta e dolorida. É preciso mais que força de vontade. É preciso agir.

Eu nunca pensei que isto estivesse acontecendo comigo. Não chorei noites seguidas ou acordei envergonhada das minhas atitudes. Não recorri à religião para amparar as minhas lágrimas. Não me encarei no espelho e tive vontade de quebrá-lo. Não fui olhada de lado. Mal amada. Rejeitada. Muito pelo contrário.
Eu fui feliz. Dias e noites. Dias e noites. Dias e noites. Dias e noites. E foi só por isso que comecei a enxergar que havia um problema. Detectar onde eu estava errando e perceber que as insistentes repetições não tinham mais qualquer sentido. Não pra mim.
As palavrinhas mágicas: o que faz sentido pra mim? o que é importante só pra mim? Hoje em dia tem sido quebrar esse ciclo vicioso, construído com o maior carinho, para um bem maior do que o amor.
Ainda não sei quais serão as novas regras. Os novos rostos. A estrada que terei que enfrentar. O caminho a percorrer. O que vou aceitar com o coração aberto e o que vou receber gritando de repulsa.
Só sei que não terei macarrão com camarão, escondidinho com carne seca, pamonha com lingüiça, paneladas e paneladas de arroz de todas as cores, pão de queijo, pastéis, bolachas e chocolates. Mas terei uma pessoinha especial voltando a acreditar na minha força de vontade e no que prometi há 4 anos atrás.
Só sei que alguns dias eu morrerei de saudades, e de fome e de mais saudades ainda. Porque ele não estará lá pra me acolher, cuidar e mimar com todos os dons que oferta a mim. Mas estará nos meus pensamentos, cada vez mais forte, na cama que vai ficar grande, na casa que vai ficar suja, no meu coração que vai ficar vazio.
Mas é hora de mudarmos, né neguinho? E poucas pessoas têm o privilégio de começar isso juntos e com apoio mútuo.

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