segunda-feira, 12 de julho de 2010

Encantadora de elefantes

Quinta-feira, véspera de feriado, ônibus lotado. Ao meu lado uma menina espera de pé. Pede informações sobre em que ponto descer mais próximo da Paulista. Ela não tinha cara de que costuma pedir muito, e sim, de que se vira muito bem sozinha. Me lembrei imediatamente de uma grande amiga que não vejo a um bom tempo. Os traços do rosto com a mesma simetria, fortes e genuínos. Os cabelos mel, cheios de estilo, que emolduram e dão levesa. Uma postura que carrega um corpo esbelto e o colo que poderia bem ser de uma nadadora profissional. Eu evitei de ficar olhando muito para a menina. Ela não era a Rô e não parecia disposta a trocar confidências como fazíamos todos os dias. Segui olhando a rua por de trás do vidro embaçado.

No domingo, novamente a lembrança da Rô invadiu a minha casa. Desta vez a Roberuta. Um colega em comum: Felipe, foi assistir a final da Copa do Mundo comigo e sua namorada Alemã. Que, coincidências à parte, morou comigo por 2 meses em Hamburgo.
Contei para Sophia como o Felipe era sem barba e sem aquela cabeleira toda o e fui pegar uma foto pra que ela entendesse melhor. Na foto, eu, ele, Neyron e Roberta. Quando a gente trabalhava feito louco mas nunca se cansava. Não posso dizer que a gente era feliz e não sabia. Sabia sim. Tudo era uma grande e impagável diversão. Por isso fizemos as malas (para ver se alguém pagava pela nossa felicidade).Cada uma foi para um cantinho do mundo. Trocar experiências em outros idiomas, fazer novas amizades, pensar se casar e mudar era a melhor alternativa.

Mas a Rô não é muito de pensar. Ela é de acontecer. Por isso voltou, causando e deixando vários corações cheios de saudade. Porque ninguém se esquece dela. Uma vez, um sorriso, um bom dia, não importa quantas frações de segundos ela já fez parte da sua vida, acaba ficando pra sempre.

Agora, mesmo distantes, ela continua me acompanhando e eu continuo vibrando com as suas conquistas.
Eu sei que essa Pequena vai mais longe ainda e me orgulho disso.
Não há quem duvide. Curvam-se os elefantes.

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