quarta-feira, 14 de julho de 2010

Quem disse que viver não é um mar de rosas, gérberas, um enorme e encantado jardim?

Nada de declarações explícitas.

Totalmente contra andar de mãos dadas. Muito carinho esquenta e embrulha o estômago. Passos largos demais pra conseguir esperar. Nem siquer olha para trás. Nunca leu um poema meu. Não beija em público. Acha o chuveiro pequeno demais pra nós dois. Não dá presentes, nem diz eu te amo.

Mas quando estamos a sós.

Ele acorda antes. Faz ovos mexidos. Só falta dar café na boca. Penteia meu cabelo. Brinca com o meu braço. Dá tapinhas no bumbum. Arruma as almofadas. Coloca na cama. Cuida para que o cobertor esquente meus pés. Compra as minhas revistas. Lava a minha roupa. Prepara o jantar. Deixa eu repetir. Se preocupa em trazer coisas bonitas e saudáveis para a nossa casa, que está sempre limpa e cheirosa. Assim como ele. Abre os braços. Deixa eu babar no seu peito. Apaga as luzes. Atende o telefone. Resolve os problemas. Tira fotos. Me faz me sentir linda. E nos domingos, não deixa que nada nem ninguém, atrapalhe meu sono.
Eu deveria me sentir péssima com tantos cuidados. Talvez até com um peso nas costas pois tenho muito o que retribuir e não sei como. Mas não. Sinto-me leve e agradecida. Todos os dias, todos os segundos de cada bendito dia. E sinto ciúmes em pensar que um dia ele não vai estar tão disposto ou disponível assim. Então escrevo para agradecer os momentos longe ou perto dele. Longe ou perto dos outros que testemunham o nosso velado amor. Porque eu sou a sua Preta e ele não precisa dizer.

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