Não sou mais aquela menina do cachecol colorido. Do riso fácil. Do ingênuo encantamento pelo ser humano.
Não sou mais aquela menina da saia rodada. Que tentava seduzir tudo o que se movia. Que queria gravar um CD e ficar reconhecida.
Não sou mais aquela menina que fazia poesia a cada esquina. Que plantava flores nos quadris. Que te amava 3 vezes ao dia só com o olhar.
Não sou mais aquela menina que queria dar a volta ao mundo. Queria falar 4 idiomas. Queria "plantar" um livro.
Depois de 6 anos começo a escrever uma história com menos urgência.
Sou aquela mulher da calça social. Do paladar nada requintado. De contar as horas para te esperar chegar.
Sou aquela mulher que escuta. Que compreende. Que admira e se surpreende todos os dias.
Sou aquela mulher cheia de vaidade. Quase o mesmo tanto de celulites. Um punhado de sonhos em comum.
Sou aquela mulher que assiste novelas. Que dobra as roupas amassadas. Que grita bom dia em um domingo de sol.
Não sou mais aquela menina. Sou a sua mulher.
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