sexta-feira, 27 de maio de 2011

Estórias em volta da fogueira

Quando eu era pequena iamos todo ano ao Araguaia. A programação era ficar torrada de sol e salpicada de pernilongos pela manhã e a noite tocar violão a luz do luar com uma enorme fogueira. Vez ou outra, quando a lenha já estava mais baixa, começávamos a ouvir o som que saia entre as últimas labaredas. Era como um choro de alguém que se sentia triste e sozinho. Era a vez dos garotos entrarem em ação com estórias de assombração. Eu corria para minha barraca. "- Já é tarde. Preciso dormir". Nunca fiquei para ver o que aconteceria depois.

A mesma coisa se repetia quando eu dormia na casa da minha tia. Meus três primos homens (na época uns moleques incontroláveis mas que eu não conseguia ficar longe) colocavam na TV filmes de jaison, sexta-feira 13 e afins. E eu corria pra debaixo da cama e ficava por lá nas próximas 2 horas.

Confesso que ouvir o som (a trilha sonora) alimentava muito mais a minha imaginação do que se eu estivesse vendo o vídeo. De toda forma, eu não consegueria mais dormir.

Ainda bem que eu cresci, não é mesmo? Agora até consigo acompanhar meu marido na saga SAW do cinema (apesar de assistir tudo de olhos bem fechados). Quando penso que acabou, vem outra estória dos tempos de criança. E assim como meus dois irmãos super sugestionáveis, eu também tenho um pouquinho de medo quando vejo objetos se movendo quando saio do recinto. Já aconteceu quando eu morava com o mais novo, praticamente trocamos de quarto pra ver se o bonequinho parava de fazer suas estripulias.

Mas ontem aconteceu de novo. Meu chefe nos presenteou com gueixas para enfeitarmos a mesa da Sumô. A minha é a vermelha. Linda, fofa e também a única que se move quando eu saio da mesa. Perguntei para meus colegas e eles juraram que não foram eles que viraram enquanto fui beber água. Acredito neles. Pois a cara de espanto de cada um foi impagável.

Agora estamos aqui, escutando barulhos onde não existem, olhando para o teto como se tivesse algum fantasma aprontando com a gente lá em cima. Uuuuuuuuuuuuuuuu.......... Bú.

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